domingo, 28 de maio de 2023

Centenário do CNE

 



O Altice Forum Braga foi o local das comemorações deste Centenário, com a realização de jogos no pavilhão, ao longo do dia 27 de maio e, à noite, com a celebração da Eucaristia e a Festa do Centenário, na zona exterior. 

Celebrar o passado mas, sobretudo, a olhar e a traçar o que vai ser o nosso novo século de vida – o nosso futuro.

São 100 anos de atividades, amizades, construções e acampamentos!

sábado, 27 de maio de 2023

Chemical Brothers (North Festival, Porto, 26 de Maio)

 



Durante mais de uma hora, o duo britânico Chemical Brothers assegurou o espetáculo da noite do primeiro dia do North Festival, protagonizando um espetáculo de luzes, projeção e som a que nos tem habituado. “Hey Boy Hey Girl”, de 1999, foi um dos pontos altos. O auge foram os temas já com décadas de existência, que levaram o público a levantar os braços e abanar a cabeça, oferecendo uma experiência sonora única e envolvente, combinando música eletrónica pulsante com visuais cuidados e impactantes. 

sábado, 20 de maio de 2023

Eduardo Mendoza – A Cidade Dos Prodígios


O enredo desta obra acompanha a cidade de Barcelona entre as duas Exposições Universais aí realizadas: de 1888 e 1929. O protagonista desta estória, Onofre Bouvila, é uma espécie de anti-herói que sobrevive e depois enriquece numa espécie de vida em “contramão”: a sua sorte é o azar dos outros. Toda a cidade de Barcelona acaba por ser vista também nessa perspetiva: uma cidade que enriqueceu com base na desgraça alheia, no sucesso de uma casta de patifes como Onofre Bouvila. A própria Grande Guerra ou a ditadura de Primo de Rivera são vistas em Barcelona como oportunidades de enriquecimento.

Ao longo do livro vamos assistindo também à afirmação do socialismo e do anarquismo como teorias da moda. Os malandrins de Barcelona, mais do que os operários e oprimidos, são o meio em que essas ideias ganham assento. Ao longo do livro vamos sorrindo com um sentido de humor alucinante: do sorriso discreto à gargalhada desabrida vão dois passos, num estilo original e muito fluido. Aliás, é incrível a capacidade de Mendoza para fazer “parêntesis” de duas ou três páginas sem que o leitor perca o fio à meada.

A análise do contexto histórico é excelente: dá-se conta da origem da moderna Barcelona a partir da exposição universal de 1888, num olhar irónico sobre o sucesso de toda a sorte de malandros e rufiões; eles podem ser o coração de uma cidade, mais do que os políticos.

O início do século XX é sempre uma época de eleição para qualquer escritor tais são as novidades; uma das mais espetaculares é o cinema, que Onofre ajudou a levar até Barcelona. Em 1923 dá-se o golpe fascista de Primo de Rivera; a ameaça do extremismo catalão foi uma das causas da instauração da ditadura; é a cidade condal no centro da contestação.

Esta faceta rebelde da Catalunha é o âmago da obra: “Nós, os pobres, só temos uma alternativa, dizia de si para si, a honestidade e a humilhação ou a maldade e o remorso. Isto era o que pensava o homem mais rico de Espanha” (página 292).

A Barcelona moderna surge com o genial Gaudi. No entanto, mesmo neste domínio, Mendoza não deixa de pintar a realidade com tons surreais, apresentando-nos o famoso arquiteto num estado de decadência e decrepitude.

Mas é a aviação que vem fornecer a vertigem dos novos tempos…

A exposição universal de 1929 era a oportunidade de afirmação de Primo de Rivera. Mas foi, pelo contrário, um sinal de falência do sistema capitalista, quatro meses depois do crash da bolsa de Nova Iorque.

A questão fundamental é esta: Vale a pena lutar pela glória? Vale a pena pagar preços tão altos? A questão é posta por Onofre mas podia ter sido posta pela cidade… implícita nesta estória está uma crítica mordaz ao individualismo burguês.

Ao individualismo, Mendoza contrapõe a cidade; um povo que lutou sempre contra a hegemonia da capital e fez da Catalunha um estado autónomo; não se trata da afirmação da cidade em termos económicos nem urbanísticos, mas da cidade como comunidade, com a sua identidade rebelde mas inquebrantável.

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Agnes Obel

 



Agnes Obel é uma cantora, compositora e pianista dinamarquesa que ajuda a tranquilizar e a viajar, pela forma como trata a música, proporcionando sonoridades únicas.

O seu primeiro álbum, “Philharmonics”, foi lançado em 2010 e confirmou uma nova voz na música que foge aos padrões da pop e consegue embalar-nos com uma melancolia serena e inabalável, confirmada pelos trabalhos seguintes, “Aventine” (2014), “Citizen Of Glass” (2016) e “Myopia” (2020).

As suas canções são despojadas, quase intimistas. Parece soprar uma chama que não quer apagar. Vale a pena descobri-la…

terça-feira, 2 de maio de 2023

Leituras do Mês




- Amos OzNão Chames Noite À Noite
- Nick CaveA Morte De Bunny Munro
- Neil JordanAmanhecer Com Monstro Marinho
- Eduardo MendozaA Cidade Dos Prodígios