sexta-feira, 25 de julho de 2008

Novak Djokovic – Macaquinho de Imitação

Novak Djokovic imita Hidalgo, Roddick, Volandri, Nadal, Sharapova e Federer.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

The National (Guimarães, 18 de Julho)


A actuação dos The National no Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, foi memorável. Energia, empenho, interacção com o público e boa disposição, caracterizaram a primeira apresentação da banda de Matt Berninger no norte do país. Ao longo de cerca de duas horas, ouviram-se temas dos quatro trabalhos da banda, com destaque evidente para os dois últimos, Alligator e Boxer. Um dos melhores espectáculos do ano.

(Foto: Sony Cyber-Shot DSC-P200)

domingo, 20 de julho de 2008

José Saramago – Ensaio Sobre A Cegueira



Em "Ensaio Sobre a Cegueira" não há nomes; não há luz; há uma espécie de apocalipse, um colapso coletivo, uma marcha inexorável para o abismo. O fim da humanidade como um imenso buraco negro. Um caminho, uma vida, tudo num enorme caos. Assim vai a vida, assim vai o mundo, os destinos, a gente que percorre a escuridão como quem persegue o inferno.

Uma humanidade inteira que escapa à sua condição de ser coletivo; apenas uns milhares, quiçá milhões de indivíduos como uma soma imensa de egoísmos. Não há solidariedade; não há como acreditar nos outros; há, isso sim, uma guerra perpetuada pela desgraça, um rumo negro chamado destino.

Cegos somos todos. Este mundo traçado por Saramago em pinceladas de escuridão não é mais que uma imensa e monstruosa metáfora da sociedade humana em que nos afundamos. Uma sociedade humana sem humanidade. Sem luz nem redenção.

Este é talvez o livro em que Saramago assume o discurso narrativo mais objetivo, mais concreto. A mensagem metafórica concilia-se de forma notável com a objetividade da escrita. Só um génio conseguiria esta síntese, esta simbiose entre a estória e a mensagem; entre o concreto e o subliminar; entre o mundo das imagens e o universo das ideias.

Mas ao longo do livro, misteriosamente, um enorme oásis de sentimento se vai abrindo, como uma grande mancha de sol: a esposa do médico, uma mãe coletiva, assume-se como o anjo protetor e traço de união entre os cegos.

Globalmente, estamos perante uma refinada crítica social; uma espécie de grito de revolta perante uma sociedade tipicamente entorpecida pelas estruturas burguesas capitalistas, que a conduziram a um individualismo extremo. A cegueira dos personagens representa a forma egoísta com que o ser humano se distancia do seu semelhante, transformando a sua própria vida numa imensa solidão.

Muito interessante e significativa, também a forma como Saramago explora o incremento da capacidade auditiva nos cegos. O poder do que se diz, das mentiras e boatos; a capacidade que o ser humano tem para acreditar e fazer acreditar em pseudoverdades que só contribuem para o desastre coletivo da sociedade em que nos encontramos mergulhados.



Na adaptação cinematográfica deste livro, uma estranha e inexplicável epidemia de cegueira atinge a população. Um casal é atingido e são os primeiros a ser transferidos para uma unidade de quarentena criada pelo Governo. Um médico oftalmologista (Mark Ruffalo) e a sua mulher (Julianne Moore) são os primeiros a serem para lá transferidos, esta última que, curiosamente, não é atingida pela doença. A epidemia alastra rapidamente e assume grandes proporções; a unidade de quarentena é assim afetada à medida que mais cegos vão chegando. Neste espaço que se torna sobrelotado, gera-se o desespero, a sujidade e os conceitos sociais são postos à prova, à medida que acompanhamos este grupo de pessoas.

De uma forma geral, a película está bem feita, do ponto de vista narrativo e do ponto de vista cinematográfico, tem um leque excelente de atores, uma excelente interpretação da Juliane Moore e é fiel ao livro, no sentido de provocar no espectador (da mesma maneira que o livro sugeria ao leitor) uma multiplicidade de interrogações acerca da tão complexa desumanidade inerente à natureza humana.

sábado, 19 de julho de 2008

Peter Murphy (Gaia, 17 de Julho)


O Festival Marés Vivas 2008, em Gaia, iniciou-se com a indie pop da banda sueca Shout Out Louds, a banda que soa a The Cure. Inevitável e infelizmente o momento de destaque foi o último tema apresentado, o tema da “Optimus”, Tonight I Have To Leave It, apesar de se encontrarem pérolas bem mais interessantes nos seus dois registos discográficos.

Logo a seguir os góticos britânicos Sisters Of Mercy foram a desilusão da noite, com uma actuação monótona e por demasiadas vezes imperceptível.

Finalmente, o senhor Bauhaus, Peter Murphy, que com uma sólida carreira a solo de oito discos em nome próprio, mostrou que continua em grande forma. Enérgico e com uma voz irrepreensível, deu um grande espectáculo, encerrado em apoteose com um encore que incluiu Marlene Dietrich’s Favourite Poem, She’s In Parties e She Cuts You Up.

(Foto: Sony Cyber-Shot DSC-P200)