Fim de ano, época de balanços e de selecção dos melhores.
10 Discos:
1 - Vampire Weekend - Vampire Weekend
2 - MGMT - Oracular Spectacular
3 - The Ting Tings - We Started Nothing
4 - Kills - Midnight Boom
5 - Portishead - Third
6 - Kings Of Leon - Only By The Night
7 - Last Shadow Puppets - Age Of The Understatement
8 - Santogold - Santogold
9 - Cat Power - Jukebox
10 - Kaiser Chiefs - Off With Their Heads
10 Canções (mais viciantes):
1 - That's Not My Name (Ting Tings)
2 - L.E.S. Artists (Santogold)
3 - Time To Pretend (MGMT)
4 - Sex On Fire (Kings Of Leon)
5 - A-Punk (Vampire Weekend)
6 - Never Miss A Beat (Kaiser Chiefs)
7 - I'm Not Going To Teach Your Boyfriend How To Dance With You (Black Kids)
8 - Mercy (Duffy)
9 - I'm Good, I'm Gone (Likke Li)
10 - Human (The Killers)
1. Stieg Larsson - Os Homens que Odeiam as Mulheres
2. Haruki Murakami - Kafka À Beira-Mar
3. José Saramago - Ensaio Sobre a Cegueira
4. Pascal Mercier - Comboio Nocturno para Lisboa
5. Doris Lessing - O Sonho Mais Doce
6. Thomas Mann - Os Buddenbrook
7. Lars Saabye Christensen - Beatles
8. Markus Zusak - A Rapariga Que Roubava Livros
9. Amoz Oz - Uma História de Amor e Trevas
10. Herman Melville - Moby Dick
11. Asne Seierstad - O Livreiro de Cabul
12. Charles van Doren - Breve História do Saber
Para evitar acusações de plágio, o próximo livro de um conhecido escritor / jornalista / comentador / caçador / piloto, etc, será escrito em língua inventada pelo autor e por isso será imune às acusações de plágio que têm rodeado o seu mais recente best-seller por conter parágrafos reescritos de um livro alheio citado na bibliografia (o que não é plágio, é só muito feio). Quem o garante é o próprio autor, visto que o novo trabalho está a ser escrito numa língua fictícia inventada propositadamente para o efeito. Tendo como título “Blhac Nitratna Plofplof”, trata-se de uma apaixonante história sobre Xpneque, um jornalista veterano desiludido com a profissão e com o país em que vive (a República Tramblhablhesa), ocupando-se com crónicas publicadas no semanário “Bababum” e com os comentários semanais no canal WPK. Ao longo de 1 847 páginas de grande prosa escrita no “estilo único e inimitável” do autor (palavras do próprio), o protagonista vai casando e descasando com figuras mediáticas, alternando momentos de grande lucidez com outros de fanatismo furioso, sobretudo quando colocam em causa os seus gostos pessoais pelos 40 maços de “barluncas” que “mofifa” por dia ou a devoção cega ao seu clube do coração, o FC Trambik. Quanto às acusações de plágio, este autor prefere não falar mais no assunto por não lhe dar importância. Recorde-se que o autor estará presente no Pavilhão Carlos Lopes para desancar à paulada a quem duvidar da sua integridade, juntamente com todos os não-fumadores e adeptos do Benfica e Sporting que se apresentem à sua frente. A organização pede aos interessados para trazerem os seus próprios varapaus de casa.
A actuação dos The National no Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, foi memorável. Energia, empenho, interacção com o público e boa disposição, caracterizaram a primeira apresentação da banda de Matt Berninger no norte do país. Ao longo de cerca de duas horas, ouviram-se temas dos quatro trabalhos da banda, com destaque evidente para os dois últimos, Alligator e Boxer. Um dos melhores espectáculos do ano.
Em "Ensaio Sobre a Cegueira" não há nomes; não há luz; há uma espécie de apocalipse, um colapso coletivo, uma marcha inexorável para o abismo. O fim da humanidade como um imenso buraco negro. Um caminho, uma vida, tudo num enorme caos. Assim vai a vida, assim vai o mundo, os destinos, a gente que percorre a escuridão como quem persegue o inferno.
Uma humanidade inteira que escapa à sua condição de ser coletivo; apenas uns milhares, quiçá milhões de indivíduos como uma soma imensa de egoísmos. Não há solidariedade; não há como acreditar nos outros; há, isso sim, uma guerra perpetuada pela desgraça, um rumo negro chamado destino.
Cegos somos todos. Este mundo traçado por Saramago em pinceladas de escuridão não é mais que uma imensa e monstruosa metáfora da sociedade humana em que nos afundamos. Uma sociedade humana sem humanidade. Sem luz nem redenção.
Este é talvez o livro em que Saramago assume o discurso narrativo mais objetivo, mais concreto. A mensagem metafórica concilia-se de forma notável com a objetividade da escrita. Só um génio conseguiria esta síntese, esta simbiose entre a estória e a mensagem; entre o concreto e o subliminar; entre o mundo das imagens e o universo das ideias.
Mas ao longo do livro, misteriosamente, um enorme oásis de sentimento se vai abrindo, como uma grande mancha de sol: a esposa do médico, uma mãe coletiva, assume-se como o anjo protetor e traço de união entre os cegos.
Globalmente, estamos perante uma refinada crítica social; uma espécie de grito de revolta perante uma sociedade tipicamente entorpecida pelas estruturas burguesas capitalistas, que a conduziram a um individualismo extremo. A cegueira dos personagens representa a forma egoísta com que o ser humano se distancia do seu semelhante, transformando a sua própria vida numa imensa solidão.
Muito interessante e significativa, também a forma como Saramago explora o incremento da capacidade auditiva nos cegos. O poder do que se diz, das mentiras e boatos; a capacidade que o ser humano tem para acreditar e fazer acreditar em pseudoverdades que só contribuem para o desastre coletivo da sociedade em que nos encontramos mergulhados.
Na adaptação cinematográfica deste livro, uma estranha e inexplicável epidemia de cegueira atinge a população. Um casal é atingido e são os primeiros a ser transferidos para uma unidade de quarentena criada pelo Governo. Um médico oftalmologista (Mark Ruffalo) e a sua mulher (Julianne Moore) são os primeiros a serem para lá transferidos, esta última que, curiosamente, não é atingida pela doença. A epidemia alastra rapidamente e assume grandes proporções; a unidade de quarentena é assim afetada à medida que mais cegos vão chegando. Neste espaço que se torna sobrelotado, gera-se o desespero, a sujidade e os conceitos sociais são postos à prova, à medida que acompanhamos este grupo de pessoas.
De uma forma geral, a película está bem feita, do ponto de vista narrativo e do ponto de vista cinematográfico, tem um leque excelente de atores, uma excelente interpretação da Juliane Moore e é fiel ao livro, no sentido de provocar no espectador (da mesma maneira que o livro sugeria ao leitor) uma multiplicidade de interrogações acerca da tão complexa desumanidade inerente à natureza humana.
O Festival Marés Vivas 2008, em Gaia, iniciou-se com a indie pop da banda sueca Shout Out Louds, a banda que soa a The Cure. Inevitável e infelizmente o momento de destaque foi o último tema apresentado, o tema da “Optimus”, Tonight I Have To Leave It, apesar de se encontrarem pérolas bem mais interessantes nos seus dois registos discográficos.
Logo a seguir os góticos britânicos Sisters Of Mercy foram a desilusão da noite, com uma actuação monótona e por demasiadas vezes imperceptível.
Finalmente, o senhor Bauhaus, Peter Murphy, que com uma sólida carreira a solo de oito discos em nome próprio, mostrou que continua em grande forma. Enérgico e com uma voz irrepreensível, deu um grande espectáculo, encerrado em apoteose com um encore que incluiu Marlene Dietrich’s Favourite Poem, She’s In Parties e She Cuts You Up.
Belíssimo concerto das irmãs Casady, muito bem acompanhadas por Quinn Walker e, especialmente, pelo músico da “beatbox”, insuperável ao microfone. Ouviram-se temas dos três álbuns de originais, com uma variedade enorme ao nível da instrumentação (harpa, sintetizadores, brinquedos, instrumentos de percussão, etc) o que comprova a sua identidade própria. Gostei especialmente de “By Your Side”, “Japan” e “Beautiful Boyz”. Na primeira parte, foi estranho ouvir aquela versão de “Let’s Groove” de Earth, Wind and Fire…
(Foto: Sony Cyber-Shot DSC-P200)
O álbum de estreia dos Vampire Weekend é, até ao momento, o disco que mais tem rodado no meu leitor de cd’s, no ano de 2008. No entanto, só após a terceira ou quarta audição é que se tornou viciante, o que normalmente é um bom indicador. A banda pratica uma música catalogada como indie pop/rock com influências de afro-beat. Trata-se de punk dançável altamente contagiante. São originários de Nova Iorque e lançaram o disco de estreia em Janeiro deste ano. No dia 30 deste mês espero vê-los ao vivo na Casa da Música, Porto. Outros concertos a que pretendo assistir: CocoRosie, Rufus Wainwright e The National.
Revi um dos meus filmes preferidos dos últimos anos. Trata-se de uma comédia alemã sobre uma manipulação - um filho monta para a mãe o cenário de uma RDA eterna, como se o Muro de Berlim não tivesse caído. Para isso, inventa programas de televisão como os que existiam antes, inunda a casa de objectos e marcas já desaparecidos — chega mesmo a inverter a História: os carros de marcas novas, os milhares de transeuntes com ar de forasteiros que a mãe vê da janela, explica ele, são refugiados de Berlim Oeste que conseguiram fugir do inferno capitalista para o paraíso comunista. Realizado por Wolfgang Becker, em 2003, é protagonizado por Daniel Bruhl e Katrine Sass, e conta com uma banda sonora de Yann Tiersen.
Uma semana de ténis ao vivo. Muita chuva. Federer demolidor. Fast-Food. Brindes. João Sousa, a surpresa. A elegância de Maria Kirilenko. Celebridades. Davydenko, desilusão na final. Federer demolidor.
(Foto: Sony Cyber-Shot DSC-P200)
Aviso inicial: apesar de Sune Rose Wagner estar afónico, o concerto não vai ser cancelado.
Esta limitação levou a que só se ouvissem os temas interpretados pela “Blondie” Sharin Foo, suficientes para levar uma multidão frenética para a frente do palco. Ao fim de uma hora de espectáculo, e de um encore de três minutos, apetece dizer que soube a pouco…
Dois reparos à organização do Theatro Circo:
1) como é possível no momento da compra dos bilhetes ser informado que os lugares são marcados e no dia do espectáculo ser informado de que as pessoas podiam escolher o lugar que entendessem?
2) será correcto permitir a algumas pessoas ir para a frente do palco dançar, quando a maioria continua sentada e, consequentemente, sem poder continuar a visualizar o que se passa no palco?
(Foto: Sony Cyber-Shot DSC-P200)
Tarefa do dia: corrigir testes. É a forma mais fácil de constatar que proliferam alunos mal educados no facilitismo, na falta de rigor, sem qualquer espírito de sacrifício e que alguma vez obtenham bons resultados no mundo real de uma economia globalizada.
Lista de erros detectados: exeço; resseber; anus anteriores; curajem; cumércio; nessecita; jestão de empresas; intistuições bancárias; kasa; impresa.