sábado, 28 de dezembro de 2013

As Minhas Melhores Leituras de 2013


1. Afonso Cruz - Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas
2. Haruki Murakami - O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo
3. Hilary Mantel - O Livro Negro
4. Carlos Ruiz Zafón - Marina
5. Gillian Flynn - Em Parte Incerta
6. Timur Vermes - Ele Está de Volta
7. Mario Vargas Llosa - O Herói Discreto
8. David Foster Wallace - Uma Coisa Supostamente Divertida Que Nunca Mais Vou Fazer
9. Joel Dicker - A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert
10. Sam Savage - Firmin
11. Jø Nesbo - O Boneco de Neve
12. Agatha Christie - Autobiografia

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Os Melhores Discos do Ano 2013


 

Mais uma vez tentei organizar de forma hierárquica a música que mais ouvi nos últimos doze meses. Prática hedonista mas ausente de objectividade. Ouvi essencialmente bandas já minhas conhecidas, que editaram bons discos em 2013, em vários casos repetindo excessivamente a sua fórmula de sucesso (Suede, Placebo, Tindersticks, The Strokes). 


1. Arcade Fire - Reflektor
2. Arctic Monkeys - AM
3. Savages - Silence Yourself
4. The National - Trouble Will Find Me
5. Julie Holter - Loud City Song
6. Daughter - If You Leave
7. Vampire Weekend - Modern Vampires Of The City
8. David Bowie - The Next Day
9. Kanye West - Yeezus
10. Nick Cave & The Bad Seeds - Push The Sky Away

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

The Story of a Film - An Odissey – Mark Cousins


Acabei de ver um documentário riquíssimo sobre a designada sétima arte, editado muito recentemente em Portugal (o pack é constituído por 5 DVD e custou 29,90€). Perdi 15 horas mas fiquei deliciado e seguramente que o irei rever várias vezes. Está dividido em 15 capítulos de cerca de uma hora cada e foi realizado e narrado por Mark Cousins, um crítico de cinema da Irlanda do Norte.

Recomendo vivamente a todos os amantes de cinema. Trata-se de uma obra-prima, aborda os cerca de 120 anos da história do cinema e, pasme-se, evoca mais de 1000 filmes ao longo das tais 15 horas! Um autêntico curso de cinema. Cinema mudo, Hollywood, Bombaim, Nouvelle Vague, neo-realismo europeu, blockbusters americanos, etc. Há espaço para todas as temáticas cinéfilas. Deslumbrante.

Disco 1
1 - O Nascimento do Cinema (1895-1920)
2 - O Sonho de Hollywood (Anos 20)
3 - Expressionismo, Impressionismo, Surrealismo (Anos 20)

Disco 2
4 - O Aparecimento do Som (Anos 30)
5 - Cinema do Pós-Guerra (Anos 40)
6 - Sexo e Melodrama (Anos 50)

Disco 3
7 - Nova Vaga Europeia (Anos 60)
8 - Novos Realizadores, Novas Formas (Anos 60)
9 - Cinema Americano dos Anos 70

Disco 4
10 - Filmes para Mudar o Mundo (Anos 70)
11 - O Aparecimento dos Multiplex e o Mainstream Asiático (Anos 70)
12 - Luta Contra o Poder: o Protesto no Cinema (Anos 80)

Disco 5
13 - Novas Fronteiras: Cinema do Mundo na África, Ásia e América Latina (Anos 90)
14 - Independentes Americanos e Revolução Digital (Anos 90)
15 - O Cinema Hoje e o Futuro (Anos 2000)


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

5 Dias, 5 Livros


Acabei de ler cinco livros em cinco dias. São livros com pouco mais de 100 páginas cada, com histórias simples mas escritas com mestria pelos seus autores.

Mário de Carvalho – A Liberdade de Pátio
Sete contos com a escrita ímpar de Mário de Carvalho que revelam a sua imaginação exuberante. Gostei especialmente de duas histórias: a da internacionalização de uma das maravilhas culinárias de Portugal (green broth ou à inglesa “col-dou vâ-de” ou ainda “cawdoe vehdi”) e a dos quatro professores reformados que o destino uniu num jardim municipal e depois decidem aliar as suas bibliotecas.

Miguel Torga – Os Novos Contos da Montanha
Compilação de vinte e dois contos gerados e desenvolvidos na Montanha, lugar materialmente pobre, mas eticamente rico com um quotidiano onde sobressai a fome, a ignorância e o desespero. Destaco os contos “O Alma Grande”, “Fronteira”, “O Artilheiro” e “O Leproso”.

Miguel Sousa Tavares – No Teu Deserto
Livro simples, sobre saudade, nostalgia e amizade de duas pessoas que se conheceram e conviveram apenas durante uma curta viagem por terras de África. É uma história de amor, de um amor que não chegou a ser vivido, e que nos faz reflectir sobre a importância que as pessoas têm nas nossas vidas.

Anton Tchekhov – A Minha Mulher
Obra com três contos narrados de forma exemplar. “A Minha Mulher” é uma lição de vida, aborda um casamento fracassado, as suas causas e efeitos, num ambiente de fome extrema. “Um Caso Médico” está relacionado com a herdeira de uma fortuna que adoece no ambiente onde vive e “O Monge Negro”, onde um professor universitário ao mudar de ares para uma casa de campo, aviva a lenda de um monge negro.

Sérgio Cunha – Queridas Mulheres
Agora todos os homens já têm à sua disposição um Manual de Instruções da Mulher, apresentado de forma animada e galhofeira. Também inclui algumas dicas no sentido contrário, para as mulheres melhor compreenderem o sexo oposto bem como é dado um especial destaque ao desporto rei do nosso país. Hilariante.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Videoclip do Ano



O videoclip mais espectacular do ano é de um tema considerado o melhor de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone: “Like A Rolling Stone” de Bob Dylan. Apesar de ter sido lançado em 1965, foi este ano que a israelita Vania Heymann realizou um filme interactivo inovador, durante o qual podemos fazer zapping em 16 canais diferentes de televisão e em todos ouvimos os intervenientes a cantar o tema. Vão ver que vale a pena carregar AQUI e experimentar o zapping. É fabuloso!!!


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Três lisboetas e um tripeiro


Diz o 1º lisboeta:

- Eu tenho muito dinheiro. Vou comprar o BPI!

Diz o 2º lisboeta:
 
- Eu sou um magnata. Vou comprar todos os supermercados Continente e Pingo Doce!

Diz o 3º lisboeta:

- Eu sou ainda mais rico... vou comprar a Google!

O tripeiro dá uma baforada no cigarrito, engole a saliva... faz uma pausa... cospe no chão e diz:

- Num Bendo!...

domingo, 1 de dezembro de 2013

José Eduardo Agualusa - Milagrário Pessoal


A leitura deste livro constituiu uma agradável surpresa e recomendo vivamente a sua leitura, principalmente para os amantes da língua portuguesa, da história das palavras, dos neologismos, das suas profundas mutações nos deslocamentos geográficos. Aqui, o enredo são os vocábulos fascinantes da nossa língua e toda a mestiçagem cultural envolvente pois Agualusa oferece ao leitor uma polifonia multicultural de vozes. A título de exemplo leia-se na página 51 (reproduzida na imagem seguinte) as palavras raras utilizadas para efetuar uma referência às profissionais do sexo, começando logo pelas “messalinas”… Outras curiosidades encantadoras: a “língua dos pássaros”; a referência à correspondência de Camilo Castelo Branco; a bela cidade de Olinda (Pernambuco); o significado do título da obra; dezenas de palavras “esquecidas” como lupanar, solipso, onanismo, haicai, tabuísmo, prosódia e o concurso das 10 palavras preferidas. Também fiquei a saber que o poeta francês Saint-Pol-Roux colocava à entrada da porta do seu quarto: “Silêncio, poeta em trabalho”.

Claro que também encontramos uma história de amor com dois intervenientes improváveis (sendo por isso um pouco forçada, evidentemente): Lara, uma jovem estudante e ex-modelo, catalogadora de neologismos e um octogenário anarquista angolano. Quando o ancião se apaixona imagina situações e cenas que gostaria de partilhar com Lara:

Penso em todos os lugares que gostaria de visitar contigo. No que gostaria de fazer contigo – e não farei nunca:
• Ler-te alto as Ficções, de Borges.
• Rir, enquanto nadássemos entre golfinhos, no mar sem maldade de Fernando de Noronha.
• Dormir no deserto.
• Cozinhar-te um bom muzonguê, seguindo a receita que me deixou a minha mãe.
• Ensinar-te as palavras mais meigas da língua umbundo (língua mais meiga do mundo).
• Ensinar-te a flutuar no mar liso do Mussulo (Ilhéu dos Padres).
• Ensinar-te a dançar tango.
• Ouvir-te discorrer sobre a arte de caminhar dos manequins.
• Fotografar-te nua.
• Beijar os teus lábios depois de comermos juntos sorvetes de pitanga.
• Ver contigo Deus e o diabo na terra do sol, do Glauber Rocha. Aliás, ver contigo a filmografia completa do Glauber Rocha.
• Desenhar, e depois construir, a casa perfeita.
• Voar num balão sobre montanhas de Huíla e o deserto do Namibe.
• Passear de mãos dadas, no Parque Guell, em Barcelona.
• Etc., etc, tantas são as coisas que não faremos nunca
”.

E mais não adianto. Leiam o livro que vale o tempo despendido…

Para memória futura:
- “as mulheres muito bonitas desorganizam os sistemas sociais” (página 17);

- “a velhice não nos torna imunes à beleza, longe disso, o que nos impõem é certo apaziguamento” (página 18);

- “o espelho de um intelectual é a sua audiência. Uma sala cheia de alunos transforma-se, para um intelectual vaidoso, num magnífico salão de espelhos” (página 20)

Facing the sea, man is closer to God