sexta-feira, 13 de março de 2020
O Mundo às Avessas
Atravessamos um momento de profunda angústia face a uma realidade que poucos pensavam possível. A pandemia do Covid-19 está a afetar de forma profunda a nossa sociedade e terá consequências a longo prazo.
Embora acredite que será possível, num prazo razoável, encontrar uma vacina que poderá impedir a generalização da infeção, até lá os efeitos continuarão a sentir-se. Situações como a de Itália, com o fecho de todo um país, poderão repetir-se noutros países, com consequências profundas no tecido social e económico.
Aparentemente em Portugal, um país de brandos costumes, está a existir alguma dificuldade na perceção real do problema, não se assistindo, de forma generalizada, à adoção dos comportamentos de prevenção adequados.
Notícias a que temos assistido, como o não cumprimento do isolamento social por parte de algumas pessoas, são de uma enorme irresponsabilidade e dificultam, eventualmente de forma definitiva, os esforços de contenção da disseminação da infeção.
Ainda ontem foi noticiado que algumas praias da zona de Lisboa estavam cheias de banhistas e na marginal de Esposende ou da Póvoa de Varzim, ou ainda no Santuário do Sameiro, verificaram-se situações de aglomeração de cidadãos.
Este tipo de comportamento tem de terminar. Deve ser preocupação de todos cumprir e exigir o cumprimento das medidas de prevenção, contribuindo para a consciencialização da sociedade para a dimensão do problema que enfrentamos e para o fim da pandemia.
Quando se assistia a uma recuperação económica generalizada, após uma crise profunda iniciada em 2008, esta pandemia, conjugada com a guerra do petróleo entre a OPEP e a Rússia, constitui a tempestade perfeita que poderá e deverá originar uma nova crise financeira. E, com o crescimento das tendências nacionalistas, a reconfiguração das cadeias de produção, a subida ao poder de personalidades com reduzidas capacidades de enfrentar os problemas, podemos estar a assistir a uma reconfiguração do Mundo a que estamos habituados, com consequências imprevisíveis e possíveis retrocessos civilizacionais.
Esperemos que os políticos que nos governam estejam, desta vez, à altura do desafio.
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