sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Drive My Car


Belíssimo filme do realizador japonês Ryûsuke Hamaguchi: do país do sol nascente, Tchekov (“O Tio Vânia”) visto pelos olhos rasgados das novas cinematografias orientais, um mergulho profundo no coração de cada um. Sem sorrisos, com palavras não verbalizadas e a condição humana e a solidão. A vida que não se repete e a amizade… Um filme a roçar a obra-prima.

Acabado de nos presentear com outra excelente longa-metragem, Wheel of Fortune and Fantasy, Drive My Car é adaptado de um conto com o mesmo nome publicado no livro de 2014 "Homens Sem Mulheres" de Haruki Murakami. Ou melhor, também se baseia no conto “Xerazade” da mesma obra, quando a esposa do protagonista lhe conta a história da lampreia…


O filme inicia-se com um longo prólogo (40 minutos), que dá conta de um acontecimento dramático que irá mudar a rotina automatizada de Yûzuke Kafufu, um conceituado autor e cenógrafo de teatro cujo universo relacional se cinge quase exclusivamente à sua mulher (uma atípica argumentista com a qual partilha um desgosto que os une numa vivência algo melancólica). 

O tempo passa e voltamos a encontrá-lo dois anos mais tarde, ao volante do seu fiel e inseparável amigo de quatro rodas, um Saab 900 Turbo (no qual tem por hábito ouvir longos diálogos, verbalizados pela voz da sua amada, gravados em cassete, como forma de memorizar os textos das peças), a caminho de uma residência artista em Hiroshima, onde irá partilhar com uma audiência de atores de diversas nacionalidades o seu pouco convencional modus operandi enquanto encenador (curiosamente, no filme o Saab é vermelho e não amarelo e não é descapotável, contrariando o conto original). Aí chegado, por motivos de segurança, é confrontado com a proibição de conduzir, pelo que passará a ser transportado por uma jovem motorista enigmática e de "poucas falas" (tal como ele próprio), com a qual irá estabelecer gradualmente uma relação de confiança e partilha de emoções.
Hamaguchi é um autêntico arquiteto de palavras, que desenha um melodrama contido dotado de um arco narrativo fluido e subtil (recorrendo frequentemente a uma espécie de inteligentes jogos de espelhos entre o conteúdo das peças e a vida real), que nos expõe perante um modo diferenciado de lidar com sentimentos como a perda, o ciúme, a vingança e a culpa. Os seus "diálogos não verbais" e os subentendidos, que vão descascando as várias camadas dos seus personagens, são, igualmente, sublimes (pura poesia!). E não menos líricas se revelam as (aparentemente banais) filmagens que se cingem à condução do icónico carro encarnado pelas enormes estradas e túneis do Japão. Um autêntico deleite visual!


 

domingo, 10 de outubro de 2021

Sons de Outono


1. Ela MinusThey Told Us It Was Hard, But They Were Wrong 
2. MåneskinI Wanna Be Your Slave 
3. RVGI Used To Love You 
4. WidowspeakAmy 
5. The Twist ConnectionFake 
6. Alison MosshartRise 
7. At Freddy’s HouseThe Lamplight 
8. Black FoxxesSwim 
9. Black MidiJohn L 
10. Sault Wildfires 
11. Kim GordonHungry Baby 
12. Nothing But ThievesReal Love Song 
13. Indochine & Christine And The Queens3Sex 
14. James BlakeBefore 
15. CultsShoulders To My Feet 
16. The 1975Guys 
17. Orla GartlandMore Like You 
18. AuroraRunaway 
19. Bring Me The HorizonParasite Eve 
20. Phoebe BridgersNothing Else Matters


domingo, 3 de outubro de 2021

Leituras do Mês


- Ken Follett - O Escândalo Modigliani 
- J. M. G. Le Clézio - Deserto 
- Manuel Monteiro - O Funambulista, O Ateu Intolerante E outras Histórias Reais 
- Roger Crowley - Conquistadores - Como Portugal Criou O Primeiro Império Global

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Dia Mundial do Sorriso (Best Stand-Up Comedy Specials)

“O riso é a mais antiga e mais terrível forma de crítica.”
Eça de Queirós




- Hannah Gadsby: Nanette (2018)

- Hari Kondabolu: Warn Your Relatives (2018)

- John Mulaney: Kid Gorgeous at Radio City (2018)

- Michelle Wolf: Joke Show (2019)

- Wanda Sykes: Not Normal (2019)

- Chris Rock: Tamborine (2018)

- Ricky Gervais: Humanity (2018)

- Dave Chapelle: The Age of Spin (2017)

- Jim Jefferies: Alcoholocaust Live (2010)

- Tig Notaro: Happy to Be Here (2018)



Dia Mundial da Música