Filme poderoso, extremamente bem realizado e com excelentes interpretações. O ainda jovem realizador belga Lukas Dhont volta a emocionar-nos após a estreia em “Girl” de 2018, onde o jovem Victor Polster interpretava o papel de um adolescente que entrava numa escola de dança ao mesmo tempo que lidava com as questões da identidade de género.
Agora, em “Close”, faz uma reflexão comovente sobre a fragilidade das relações humanas e sobre a forma como as pressões sociais podem destruir a pureza das ligações na infância. Centra-se em Léo e Rémi, dois rapazes de 13 anos que partilham uma amizade muito próxima e intensa. Passam o verão juntos num ambiente rural idílico, inseparáveis e cheios de alegria. No entanto, quando regressam à escola, os colegas começam a questionar e comentar a natureza da sua relação, insinuando que existe algo “mais” entre eles. Confrontado com essa pressão social e com o medo do julgamento, Léo começa a distanciar-se de Rémi - um afastamento que terá consequências devastadoras.
“Close” é um retrato sensível de um momento na vida de dois adolescentes em que a sexualidade começa a revelar-se. Está ainda repleto de temas colaterais, como a perda, a culpa, os limites da amizade, o lugar do outro, a responsabilização, aqueles momentos, por vezes trágicos, em que se passa da adolescência a um estado praticamente adulto.
É um filme silencioso, poético e profundamente tocante. Seguramente um dos melhores do ano.
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