A popular expressão “brain rot”, cujo tom hiperbólico sintetiza bem os desafios tecnológicos que vivemos, poderá ser traduzida literalmente por “podridão”, “apodrecimento cerebral” ou “queimar neurónios”.
Esta gíria refere-se a uma sobrecarga mental por exposição a conteúdos de baixa qualidade ou ao stress excessivo, e não a uma destruição literal de neurónios. O fenómeno descreve a deterioração da capacidade de raciocínio causada pela exposição contínua a conteúdo trivial da internet. Trata-se do impacto dos estímulos contínuos e da degradação de conteúdos das redes sociais, com crescente passividade dos utilizadores e redução do sentido crítico.
O que está em causa é uma nova forma de vida que afeta o conhecimento e a comunicação, o uso do tempo e, o uso (ou falta dele) do cérebro. No fundo, estamos em mergulho assustador para um estado de letargia em que deixamos que os algoritmos e a inteligência artificial decidam tudo por nós. Participamos na queda, mas somos incapazes de um gesto para a travar.
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