sábado, 21 de março de 2015

Laura Hillenbrand - Invencível


Laura Hillenbrand andou a pesquisar informação de forma meticulosa durante 7 anos para depois relatar uma incrível história verídica de forma pujante mas por vezes perturbadora. A sua leitura é agradável, óptima para quem gosta de História e biografias. Louis Zamperini é-nos apresentado desde a sua infância e idade adulta até aos seus últimos anos de vida.

Na adolescência era um rebelde, desordeiro compulsivo, fugiu de casa, praticava pequenos furtos, e as suas aventuras terminavam sempre “a correr como um louco”. Desta forma, descobriu que tinha um talento, a corrida, o que o levou aos Jogos Olímpicos de Berlin em 1936, sempre incentivado pelo irmão Pete. Ficou em 8º lugar nos 5000 metros e apertou a mão a Hitler.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial foi obrigado a desistir do seu sonho e começou a formação para artilheiro em bombardeiros. Após várias missões no Pacífico, os motores do seu avião deixaram de funcionar e caiu no oceano. De uma tripulação de onze elementos, sobreviveram apenas três num pequeno bote. Ao fim de 42 dias, apenas dois aguentam o sofrimento: Louis e Phil. Finalmente, após 47 dias, muitas queimaduras, frio, fome e sede, lutas com tubarões, tiros de aviões inimigos, avistam uma ilha mas são recebidos por um navio militar japonês!

Iniciou-se então um período terrível, que durou cerca de dois anos, nos campos de concentração japoneses, com fome, trabalhos forçados, espancamentos diários e torturas cruéis inimagináveis, comandadas pelo atroz Watanabe, conhecido pela alcunha “O Pássaro”. A disenteria e beribéri eram doenças constantes. A certa altura a autora recorda que na Europa morria um por cada cem prisioneiros de guerra, no Japão morria um por cada três prisioneiros de guerra.

Como é do conhecimento geral, com o lançamento das bombas nucleares, o Japão foi derrotado e os prisioneiros, apesar da política japonesa de matar todos os prisioneiros de guerra caso houvesse um simples boato de invasão norte-americana, foram libertados e regressaram para casa em Outubro de 1945.

Como seria de esperar o período do pós-guerra foi extremamente complicado devido às recordações e aos traumas sofridos. Zamperini foi considerado herói nacional, casou-se, começou a dar palestras mas sempre embebido em álcool e tabaco e envolveu-se em vários negócios sem obter qualquer sucesso. A sua situação só melhorou quando em 1949 encontrou na religião uma forma de perdoar e recomeçar a sua vida.

Tal como na obra anterior da autora, "Seabiscuit", também foi realizado um filme baseado em “Invencível”. Foi em 2014 que Angelina Jolie adaptou esta história de um homem levado ao limite do humanamente suportável. Apesar de não ter ficado desapontado esperava um pouco mais do filme. Em termos sonoros, visuais e de fotografia, está excelente, mas o desenvolvimento da história torna o filme longo e pouco dinâmico. Em termos globais, Angelina Jolie segue à risca o conteúdo do livro e consegue imprimir à história uma parte significativa do que está patente no livro.

1 comentário:

Unknown disse...

Carlos

Já vi este filme mas não li o livro. O filme fez-me recordar o "Papillon". Estou curiosa para ler o livro, deve ser bastante melhor que o filme.