O cinema, nos melhores e piores momentos, é um modo de viajarmos sem sair do lugar e descobrirmos outras histórias e realidades possíveis. As minhas 10 melhores viagens em 2022 foram:
2. Tár, de Todd Field - filme sobre a fictícia Lydia Tár (mais uma excelente interpretação de Cate Blanchett), uma aclamada compositora que se torna a primeira maestrina feminina de uma orquestra alemã. Acompanha-se a sua vida quotidiana em Berlim, as relações abusivas, a gravação da sua última sinfonia e a sua decadência devido ao seu histórico de comportamentos controladores, abusivos e narcisistas. Excelente!
3. Onoda, 10 000 Nuits Dans La Jungle (Onoda - 10 000 Noites Na Selva), de Arthur Harari - história de um militar japonês da II Guerra Mundial, treinado por um programa secreto dos comandos do exército nipónico e enviado para as Filipinas, para uma ilha montanhosa do arquipélago de Lubang, escassamente povoada por camponeses. Durante quase três décadas manteve-se escondido, ignorando o fim do conflito. O filme levanta muitas questões ainda hoje difíceis de abordar no Japão: a guerra, a derrota, o patriotismo e o fim do Império.
4. Guillermo del Toro’s Pinocchio - o icónico cineasta Guillermo del Toro dá-nos a sua própria perspetiva da intemporal narrativa “Pinóquio” (criada por Carlo Collodi) com uma animação em stop-motion. A ação decorre na Itália fascista de Mussolini, contém algumas liberdades criativas e rumos intrigantes. Adorei!
5. Good Luck to You, Leo Grande (Boa Sorte, Leo Grande), de Sophie Hyde - filme com a brilhante Emma Thompson já AQUI mencionado.
6. All Quiet on the Western Front (A Oeste Nada de Novo), de Edward Berger - baseado no livro icónico de Erich Maria Remarque, publicado em 1929 e já adaptado ao cinema em 1930 e 1970. O filme foca-se num jovem soldado alemão durante a Primeira Guerra Mundial. É uma história sobre os horrores na linha da frente.
6. All Quiet on the Western Front (A Oeste Nada de Novo), de Edward Berger - baseado no livro icónico de Erich Maria Remarque, publicado em 1929 e já adaptado ao cinema em 1930 e 1970. O filme foca-se num jovem soldado alemão durante a Primeira Guerra Mundial. É uma história sobre os horrores na linha da frente.
7. Argentina, 1985, de Santiago Mitre - filme político onde aspetos públicos e privados dos seus personagens alternam-se e complementam-se numa abordagem bastante ampla de dois grandes temas de uma enorme atualidade: os direitos humanos e a justiça. Inspira-se na história real de Julio Strassera, Luis Moreno Ocampo e a sua jovem equipa jurídica que se atreveram a acusar, contra todos os ventos e marés, a contrarelógio e debaixo de constantes ameaças, a sangrenta ditadura militar argentina, entre 1976 e 1983.
8. Elvis, de Baz Luhrmann – história da carreira de Elvis Presley (Austin Butler) em pouco mais de duas horas e meia. Filme com boas interpretações, que nos dá uma boa panorâmica biográfica da vida de Elvis, proporciona bons momentos musicais e mostra-nos o lado sórdido da sua carreira, bem patente na exploração do seu agente que poucos devem conhecer, o coronel Tom Parker (Tom Hanks).
9. Triangle of Sadness (Triângulo da Tristeza), de Ruben Östlund - sátira ao capitalismo e aos jogos de poder que resulta num filme de chorar a rir do princípio ao fim e que por isso se revela uma sólida chamada de atenção ao capitalismo crescente e à sociedade do consumo.
10. An Cailín Ciúin (The Quiet Girl), de Colm Bairéad - história absurdamente triste passada na Irlanda em 1981. Cáit, de nove anos, a menina do título do filme, contraria as adversidades de uma vida pobre num meio rural ao ser uma observadora sensível da beleza das pequenas coisas ao seu redor. Quando é “despachada” pela sua família sobrecarregada, muitas vezes emocionalmente fria, para um casal mais velho e sem filhos, experimenta um profundo afeto, talvez pela primeira vez…
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