quinta-feira, 9 de março de 2023

Burrocratização do ensino


Enquanto o país se entretém com a futura localização de um aeroporto que se tornou a imagem do desatino e da incapacidade estrutural de decidir em tempo útil, esquecem-se as más notícias que ensombram a escola pública. Concomitantemente, quem queira servir-se da pandemia para relativizar os resultados negativos do desempenho internacional dos nossos alunos, só pode ter em mente o eterno argumento do “coitadinho”.

Quando tudo gira em torno da mediocridade, em nome da qual ganhou raízes o maior monstro burocrático e legislativo de sempre, eis-nos perante o Leviatã que não suga apenas as energias dos melhores professores, mas também destrói a sua dignidade profissional. Com que objetivo? A encenação de um “céu de papel” que esconda a triste realidade da terra. Mas este ocultamento do “reino da estupidez”, para nosso bem, não é totalmente estanque. E os sinais do desastre educativo nacional estão à vista, de facto, não sendo já possível camuflá-los com o fogo de artifício dos recursos digitais e outros iluminismos da era da inteligência artificial.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro/a C. Barros:

Não tenho o prazer de o/a conhecer…
Que os meus textos sejam objecto de divulgação por terceiros, eis algo que só me apraz, de facto, desde que sejam respeitados os direitos de autor, o que não acontece com a presente publicação.
Assim sendo, agradeço-lhe, desde já, que identifique a fonte [Expresso, nº 2 668 (15 de Dezembro de 2023), p. 33] e o meu nome. Se assim não for, deverá retirar esse texto do seu blogue.
Como bem sabe, apresentar um texto como seu que não o é realmente constitui plágio!

Com os melhores cumprimentos.

Eurico Carvalho