terça-feira, 16 de setembro de 2025

O TikTok nas salas de aula


Há muito tempo que a educação enfrenta o desafio das distrações dos alunos. Antigamente, era o pião. No fundo da sala, girava enquanto o professor tentava explicar o Produto Interno Bruto. Depois, vieram as cadernetas de cromos. Quem nunca trocou um cromo repetido durante uma aula de Economia que atire a primeira borracha.

A luta pela atenção sempre existiu. Os professores falavam de economia e os alunos, de olhar perdido na janela, viajavam nos seus próprios pensamentos. E então chegou o telemóvel. Um pequeno aparelho que cabe no bolso e nos leva para qualquer parte do Mundo – e, claro, também para a sala do diretor.

Se antigamente a ameaça era uma bolinha de papel a voar pela sala de aula, hoje é um post no Instagram ou um vídeo engraçado no TikTok. Professores falam de Economia enquanto os alunos, discretamente, tentam fazer danças virais com o telemóvel por baixo da mesa. A prática evoluiu, mas o desafio mantém-se: como prender a atenção dos jovens?

É curioso ver a rapidez com que a distração se adaptou à tecnologia. Antes, para faltar a uma aula, era preciso um plano complexo. Hoje, basta esconder o telemóvel por trás de um livro de Economia e navegar pelas redes sociais sem sair do lugar.

Mas a verdade é que as distrações sempre existirão nas salas de aula, apenas irão mudando de formato. Antes, via-se rodar um pião, hoje veem-se as mensagens no WhatsApp. Em vez de trocar cromos, partilha-se memes. A essência não muda, só mudam as ferramentas.

E a solução? É a grande questão. Cabe ao professor encontrar formas criativas para competir com este novo “adversário”. E quem sabe, em vez de lutar contra a tecnologia, usá-la a seu favor. Talvez a saída esteja em fazer o TikTok trabalhar em prol da educação?

Afinal, o desafio é antigo, só mudaram os meios. Porque se há algo que nunca mudou, é a habilidade dos alunos para encontrar novas formas de se distrair.



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