sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As Minhas Melhores Leituras de 2010


1. Hilary Mantel - Wolf Hall
2. José Luís Peixoto - Livro
3. Saul Bellow - As Aventuras de Augie March
4. Jø Nesbo - Vingança a Sangue-Frio
5. José Rodrigues dos Santos - O Anjo Branco
6. Fiódor Dostoievski - Crime e Castigo
7. Orhan Pamuk - Museu da Inocência
8. J. M. Coetzee - Verão
9. William Faulkner - O Som e a Fúria
10. Jaroslav Hasek - O Valente Soldado Chveik
11. Kiran Desai - A Herança do Vazio
12. Yasunari Kawabata - Kyoto

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cinema do Mundo


Ultimamente a minha preferência cinematográfica vai para filmes oriundos de culturas bem diferentes da norte-americana e dos seus blockbusters. A lista que apresento a seguir mostra o que de melhor se vai fazendo por esse mundo fora, proporcionando-nos viagens espantosas com histórias inesquecíveis…


1 - Mother (Bakjwi - Mãe), de Bong Joon-ho - Coreia do Sul: relata o drama de uma viúva que dedica a vida ao seu único filho, que apesar dos seus 28 anos, é totalmente dependente dela, por ter um ligeiro atraso mental. Impressionante a determinação desta mulher em provar a inocência do filho, apesar da sua condenação parecer inevitável. Argumento engenhoso, realização e interpretações notáveis.

2 - Vincere (Vencer), de Marco Bellocchio - Itália: história triste, da mulher renegada pelo ditador Benito Mussolini, e que não consta da sua biografia oficial. Inicialmente Ida Dalser acreditou e apostou tudo o que tinha nesse homem mas acabou por ser ignorada, torturada e levada para um manicómio, longe do filho. No entanto, Vincere também não deixa de ser um filme sobre o presente (olá, Berlusconi)…

3 - Millennium I - Man Som Hatar Kvinnor (Homens Que Odeiam As Mulheres), de Niels Arden Oplev - Suécia: baseia-se na trilogia Millennium do autor sueco Stieg Larsson, publicada após a sua morte em 2004 e faz lembrar Hitchcock. O enredo fascina desde o início, o suspense é constante e Noomi Rapace no papel de Lisbeth Salander deslumbra, fazendo esquecer o também excelente Michael Nyqvst.

4 - De Usynlige (Troubled Water - Águas Agitadas), de Erik Poppe - Noruega: devido a uma brincadeira que acaba de forma trágica com a morte de uma criança, Jan Thomas cumpre uma pena de prisão. Apesar de tudo, negou o crime até ao fim e esperava poder deixar o passado para trás ao conseguir emprego como organista numa igreja em Oslo. Lá, acaba por se envolver com a pastora Anna, e cria laços afectivos com Jens, o filho dela. Um dia, a igreja recebe a visita da professora Agnes e dos seus alunos. Observando o talentoso organista, Agnes reconhece em Jan o suposto assassino do seu filho. Uma história dramática sobre culpa, redenção e segundas oportunidades.

5 - El Secreto De Sus Ojos (The Secret In Their Eyes - O Segredo Dos Seus Olhos), de Juan José Campanella - Argentina: aborda o sistema judicial, as leis e a corrupção com bastante drama e romance. Elenco notável e realização soberba. O final é surpreendente. Assim vale a pena ver cinema.

6 - Celda 211 (Cela 211), de Daniel Monzón - Espanha: Juan, funcionário de uma prisão, apresenta-se ao serviço na nova prisão e quando ainda estava a conhecer o local sofre um acidente pouco antes do início de um motim no sector dos presos mais temidos e perigosos. Os seus colegas de trabalho só conseguem salvar as suas próprias vidas e abandonam Juan, desmaiado, à própria sorte na Cela 211. Ao despertar, Juan compreende a situação e tenta-se passar por um preso a mais entre os amotinados. A partir deste momento, Juan vai ter que jogar com astúcia, mentir e arriscar, sem saber o que o destino lhe tem reservado.

7 - Amintiri Din Epoca De Aur (Tales From The Golden Age – Histórias da Idade de Ouro), de vários realizadores romenos - Roménia: retrato da Roménia comunista de Ceausescu dos anos 80, onde a sobrevivência prevalecia em relação aos princípios, com situações surpreendentes, cómicas e por vezes bizarras, como dois jovens a burlar cidadãos, com o objectivo de obter garrafas de vidro vazias para depois as vender; um motorista de um galinheiro que rouba ovos ou um carrossel que não pára durante uma visita oficial de um alto membro do partido.

8 – Partir, de Catherine Corsini – França: é um drama sobre adultério com ênfase no poder da paixão. A mulher adúltera é a belíssima Kristin Scott Thomas, que interpreta Suzanne, uma mulher casada com um médico e com dois filhos adolescentes mas cansada com que a vida que leva e que, após conhecer Ivan, o responsável pelas obras na sua casa, debate-se com o dilema família ou amor, proporcionando um final imprevisível.

9 - The Stoning Of Soraya M., de Cyrus Nowrasteh - Irão: história assustadora para a qual é necessário estar psicologicamente preparado. Baseia-se em factos verídicos e conta a história da iraniana Soraya M. por um jornalista franco-iraniano. Os últimos trinta minutos, momento em que se efectiva o apedrejamento, são de uma violência quase insuportável. Interpretações a destacar: Shohreh Aghdashloo (vista recentemente na 4ª temporada da série 24) e Jim Caviezel (The Passion Of Christ). Recentemente, e também na vida real tem sido muito divulgada na comunicação social um caso semelhante ao de Soraia M. e que ainda não está concluído. Neste caso, a mulher iraniana condenada chama-se Sakineh Ashtiani.

10 - La Teta Asustada (The Milk Of Sorrow – A Teta Assustada), de Cláudia Llosa – Peru: drama forte, curioso, realista e denso. Fausta tem "a Teta Assustada", uma doença que é transmitida pelo leite materno das mulheres que foram violadas ou maltratadas durante a guerra do terrorismo no Peru. A guerra acabou, mas Fausta vive para recordá-la porque "a doença do medo" lhe roubou a alma. A súbita morte da sua mãe vai obrigá-la a enfrentar os seus medos e o segredo que oculta no seu interior: ela introduziu uma batata na vagina, como escudo, como um protector, e acredita que assim ninguém se atreverá a tocá-la.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Melhores Discos do Ano 2010


Com o fim do ano não muito longe do horizonte, já é possível destacar os discos que se evidenciaram e que ainda não pararam de rodar:

1. The National – High Violet
2. Arcade FireThe Suburbs
3. The Drums – The Drums
4. Karen ElsonThe Ghost Who Walks
5. Broken BellsBroken Bells
6. Beach HouseTeen House
7. Vampire Weekend – Contra
8. Caribou – Swim
9. LCD Soundsystem – This Is Happening
10. Isobel Campbell & Mark Lanegan - Hawk
11. The Books - The Way Out
12. Stars - The Five Ghosts

E as canções mais viciantes:

1. Hurts - Better Than Love
2. The Drums - Forever And Ever Amen
3. Florence & The Machine - You’ve Got The Love
4. Marc Ronson & The Business INTL - Bang Bang Bang
5. Scissor Sisters - Fire With Fire
6. The Courteeners - You Overdid It Doll
7. 30 Seconds To Mars - Kings And Queens
8. Delphic - Counterpoint
9. We Are Scientists - Nice Guys
10. Funeral Party - NYC Moves To The Sound Of LA
11. Sub Focus (Ft Coco) - Splash
12. Hot Chip - I Feel Better

domingo, 21 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Orhan Pamuk - O Museu da Inocência



Em termos formais estamos perante um romance perfeito; a estrutura da obra é muito bem conseguida, dividida em cerca de oitenta pequenos capítulos e com uma coesão interna em termos de enredo que fazem deste livro um romance agradável de ler, mau grado o seu grande tamanho.

O pano de fundo é fornecido pela Turquia do último quartel do século XX (a maior parte do enredo passa-se em 1975). Este país, encruzilhada entre a Europa e a Ásia vivia uma época de grandes conflitos internos. Para lá dos eternos e conhecidos conflitos religiosos, vivia-se uma fase de quase guerra civil, com confrontos frequentes entre extremistas de direita e de esquerda. Perante isto, o governo respondia com um autêntico estado de sítio, com recolher obrigatório e um poder discricionário por parte das autoridades.

É sobre este pano de fundo que decorre uma história de amor marcada pelo insucesso. Kemal, o herói do livro, é o homem ofuscado pelo amor por Füsun, doze anos mais jovem e, pior que tudo, proveniente de um grupo social inferior. Estamos assim perante o tradicional confronto com a sociedade que nos seus extratos mais altos aceita mal esta união mas, muito mais que isso, estamos perante uma união frustrada pelo destino; esta frustração, aliada a um amor alienado, conduzem Kemal a esse projeto que ele vai pondo em prática de colecionar tudo o que direta ou indiretamente dizia respeito a Füsun, colecionando milhares de objetos que constituirão o seu Museu da Inocência.

Por trás deste enredo está uma magnífica reflexão sobre o destino humano que por vezes construímos sobre sonhos que se revelam quimeras. Despersonalização e Intemporalidade são dois palavrões que podem servir de síntese à mensagem deste livro. Kemal submete-se a um sentimento que, paulatinamente, vai tomando posse de si, da totalidade do seu ser. Nada mais faz sentido fora daquilo que se relacione com Füsun. E Kemal escraviza-se ao sentimento. Despersonaliza-se.

Por outro lado, ao contar a história na fase final da sua vida, é nítido o imenso peso do passado na vida de Kemal; esse tempo passado é outra forma de escravatura: a tirania do tempo a contribuir para a anulação do Eu. E Kemal procura essa intemporalidade; procura como que uma eternização do passado, uma negação da mudança, uma paragem no tempo; uma intemporalidade. O recurso ao cinema é outra metáfora usada pelo autor para reforçar essa ideia de intemporalidade: os filmes são uma forma de manter o passado presente, da mesma forma que o museu; ao optar pelo colecionismo de tudo quanto se relacionasse com Füsun, Kemal não procura mais que essa intemporalidade, esse perpetuar da sua própria despersonalização. Na página 509 desta edição Presença, o autor usa uma expressão que de uma forma muito bela sintetiza o estado de espírito de Kemal: "PRESO NUM SONHO".

sábado, 9 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Blood Red Shoes (Festival Manta 2010)


Os Blood Red Shoes vieram a Guimarães apresentar o seu mais recente álbum Fire Like This. Durante cerca de 75 minutos, ouviu-se rock na sua forma mais pura e criativa, com destaque para Don´t Ask e Colours Fade. As incursões pelo disco de estreia Box Of Secrets animaram o pouco mas animado público presente essencialmente em I Wish I Was Someone Better e It’s Getting Boring By The Sea. No palco, a dicotomia entre os dois elementos da banda, Steve Ansell e Laura-Mary Carter, foi assaz evidente com o elemento masculino muito mais seguro, enérgico e expressivo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Kiran Desai – A Herança do Vazio




Antes de tudo, este livro é um brilhante testemunho da História da India no século XX, nascida de um passado brilhante mas vítima da opressão e exploração europeia. A Índia foi sucessivamente delapidada por Impérios europeus: primeiro os portugueses, depois os franceses e holandeses, finalmente os Ingleses, os senhores da Civilização e da opressão. Mais uma vez, o tema tantas vezes debatido e sempre tão actual: o choque de culturas. 

A acção decorre na Índia pós-colonial onde ainda se debate a contradição entre o paradigma civilizacional inglês e a prevalência de uma cultura ancestral identificada com as raízes religiosas e mentais mas que, ao mesmo tempo, envolve um quadro socio-económico arcaico. A pobreza está por todo o lado, justificando um misto de ódio e admiração pelos ingleses: ódio por parte daqueles que lhe atribuem a causa de todas as desgraças, admiração por parte daqueles que se encontram revoltados perante o conservadorismo da sociedade tradicional indiana. 

Trata-se da relação colonizador/colonizado por detrás da luta entre a tradição e uma modernidade tão atractiva como decepcionante. Mas há algo mais que isso: o conflito entre a pobreza e a riqueza, o dilema entre a tradição e a modernidade, o pôr em causa dessa mesma modernidade; a dúvida entre o aceite e o imposto. Por outro lado, o conflito político; o dilema daqueles que serviram um senhor que se revelou opressor. E a América, sempre a América como pano de fundo de uma esperança apenas aparente. A revolta perante um mundo de desilusão; a vida destruída entre conflitos que se impõem de um exterior vasto e devorador: os ingleses mas também a fabulosa América que inebria e corrói. A liberdade conquistada e o choque brutal com um país onde a liberdade, frágil construção humana, deixa germinar outras guerras. As minorias. Os nepaleses e o desejo de libertação. A violência no reino da tradição. 

Este é um livro sobre a solidão. Sobre almas que pendem sob os Himalaias, dependuradas num destino fabricado noutras paragens, por outras gentes. A civilização, admirada nos odiados ingleses avassala este mundo de personagens humildes e pobres. Sim, porque aqui, nesta Índia à procura de identidade, nem os ricos são ricos: todos sofrem, mesmo que de solidão. Fica a escrita brilhante tirada das profundezas da alma. Uma escrita sentida, cuidada e muito pessoal.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Editors, Ben Harper e dEUS (Festival Marés Vivas 2010)



Mais de 25 000 pessoas presenciaram o regresso dos dEUS a Portugal. Durante cerca de uma hora apresentaram temas dos dois primeiros álbuns (Worst Case Scenario e Ideal Crash), com especial destaque para Instant Street e Little Arithmetics, revisitando também os mais recentes Pocket Revolution e Vantage Point.

De seguida, aquela que será a banda actual mais influenciada pelos Joy Division e que a maioria das pessoas parecia esperar, os Editors, entrou em Palco. Como seria de esperar, o destaque foi para In This Light And On This Evening. Devido a problemas técnicos, Tom Smith, visivelmente irritado com a situação, abandona o palco no início do tema Smokers Outside The Hospital Doors. Toda a banda o acompanha e durante cerca de 15 minutos o público não percebe o que se passa. Quando regressam, tocam apenas mais dois temas e o sentimento de desilusão é bem patente em muitos espectadores, apesar do recinto estar completamente cheio.

Finalmente, o senhor Ben Harper e a sua mais recente banda Relentless7 surgem e a noite volta a animar-se. Empenho e profissionalismo não faltaram, com o rock e guitarras poderosas de White Lies For Dark Times, apesar da inicial Diamonds On The Inside e as incursões por territórios alheios (ouviu-se Billie Jean de Michael Jackson, pelo meio do tema Lay There And Hate Me e mais tarde também Heartbreaker dos Led Zeppelin).

domingo, 1 de agosto de 2010

Sonic Youth (Coliseu do Porto)


Os nova-iorquinos Sonic Youth, autêntica instituição do rock, entraram em palco poucos minutos após as 22 horas e durante cerca de 90 minutos apresentaram essencialmente o seu mais recente álbum, The Eternal (tocaram onze das doze faixas do disco, incluindo a belíssima Massage The History). Apesar do recinto não estar esgotado, não foi difícil a banda conquistar o público com os habituais feedback e rock avassaladores. Energia, emoção e entrega não faltaram aos cinco elementos da banda, apesar dos quase 30 trinta anos de carreira e mais de duas dezenas de discos.

Quem preferia revisitar a carreira da banda e ceder a alguma nostalgia, terá ficado decepcionado apesar do concerto terminar com temas de álbuns da década de oitenta: The Sprawl, ‘Cross The Breeze, Candle e Death Valley 69. No final, e sob fortes aplausos, Thurston Moore junta-se à multidão em êxtase na frente do palco e grava o momento a partir do seu telemóvel. Inesquecível, apesar de ter sabido a pouco...

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Os quatro livros que me vão acompanhar este mês são:

- Andrés NeumanO Viajante do Século
- Don DeLilloCães em Fuga
- Gao XingjianA Montanha da Alma
- Augustín Sánchez VidalA Chave Mestra

quinta-feira, 1 de julho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Torneio do 32º Aniversário do Clube de Ténis de Braga



Final: C. Barros - W. Auernhammer 6-7; 6-3; 10-4

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pensamento do Dia


"Se estamos destinados a seguir o caminho dos gregos, então … comecemos por envenenar o Sócrates."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Óscares 2010


Actualmente os Óscares já não têm os mesmos segredos que tinham quando havia um canal público que exibia apenas o “compacto” da cerimónia no dia a seguir e os filmes candidatos, ainda não tinham estreado em Portugal. A globalização, trazida pela internet e pela televisão por cabo, tornaram impossível chegarmos aos Óscares sem conhecermos tudo o que diz respeito a filmes e actores / actrizes nomeados.

Premissa essencial na elaboração desta seriação dos 10 filmes nomeados: um filme preferencialmente deve abrir os olhos dos espectadores para a realidade do nosso mundo e não distrair-se com a utopia de outro planeta.

1. Inglourious Basterds
Filme sobre a 2ª Guerra mundial, que distorce a realidade mas contém diálogos magistrais e um excelente argumento. Um dos melhores filmes de Tarantino pós Pulp Fiction, com um conjunto de actores bastante heterogéneo onde indubitavelmente o destaque vai para Christoph Waltz (a cena inicial do filme é de antologia). Curiosa a incursão pelas referências cinéfilas ao longo do filme que conclui com uma cena fantástica na Premiere de um filme de propaganda nazi “O Orgulho da Nação” (olá Cinema Paraíso). Humor negro e inteligência superior. Daqui a alguns anos 2009 vai ficar recordado como o ano de Inglourious Basterds e não de outro filme qualquer…

2. Precious
História comovente, cruel e dramática de uma teenager obesa sonhadora afro-americana grávida do segundo filho e obrigada a frequentar uma escola especial e que é rejeitada pela mãe devido ao padrasto a trocar pela filha. Realismo e humanismo apenas criticados pela comunidade negra norte-americana. O desempenho de Gabourey Sidibe e Mo’nique justificam o respectivo Óscar. Curiosa e eficaz a participação de Mariah Carey e de Lenny Kravitz!!! Pena a exagerada associação do nome Oprah a este filme, tendo em conta o que realmente ela terá feito por ele.

3. An Education
Uma das surpresas do ano. Produção inglesa de baixo orçamento, com uma história simples mas com um trunfo: Carey Mulligan. Esta jovem inglesa de 24 anos tem um desempenho notável e é a única concorrente à altura de Gabourey Sidibe. A mensagem principal do filme centra-se no papel da educação, que nunca deve ser desprezada e que é fundamental para ter uma vida mais digna e agradável. Para fãs de cinema clássico…

4. Up In The Air (Nas Nuvens)
O início do filme, com diversos funcionários a reagirem ao seu despedimento é deslumbrante. Comédia dramática hilariante e inteligente, retrato da evolução tecnológica e da globalização, conta com um desempenho inesquecível do “clássico” George Clooney bem apoiado por Vera Farmiga e Anna Kendrick. Curiosa (e esperada) a cena da visita de Ryan (Clooney) à casa de Alex (Farmiga). O que fica do filme é essencialmente uma história subtil de solidão.

5. The Blind Side (Um Sonho Possível)
Tal como Precious, também se baseia na história (neste caso verídica) de um jovem obeso afro-americano com graves problemas familiares, conhecido por “Big Mike”. Ideia a reter: há boas pessoas neste mundo…, confirmada com o discurso da vencedora do Óscar de melhor actriz, Sandra Bullock: “Não há raça, religião, classe social ou orientação sexual que nos faça ser melhor do que outra pessoa.”

6. Avatar
Filme mais caro e com maiores receitas da história do cinema, usa a tecnologia mais avançada, por isso é revolucionário mas também poderoso e deslumbrante. Essencialmente é um belo entretenimento. A mensagem deste blockbuster centra-se na natureza, na paz e na tolerância dos povos de diferentes culturas. No entanto, a história é previsível e a sua visualização por vezes assemelha-se a um jogo de computador. Não admira que Hollywood não o tenha premiado. Pelo que referi inicialmente vale a pena ver, ainda por cima com a mais-valia que é o 3D.

7. The Hurt Locker (Estado de Guerra)
Filme sobrevalorizado, talvez devido à relação dos norte-americanos com o Iraque. Tenho de concordar que a realização é muito boa, tem um realismo impressionante, é excelente a criar momentos de tensão e é o melhor filme sobre a guerra do Iraque que já vi. Para a história vai ficar mais uma injustiça na atribuição de Óscares…

8. Up (Altamente!)
Filme de qualidade técnica irrepreensível, com um início comovente, que agarra o espectador até ao fim. Carl Fredricksen, um vendedor de balões de 78 anos, vai, finalmente, realizar o sonho da sua vida, uma grande aventura, quando prende milhares de balões à sua casa e consegue voar à descoberta da América do Sul, tudo em homenagem à sua companheira de sempre, Ellie. É impossível não adorar. Difícil a sua comparação com os restantes filmes da lista.

9. A Serious Man (Um Homem Sério)
Apesar de ser admirador do trabalho dos irmãos Coen (por exemplo, Fargo, Blood Simple, The Man Who Wasn’t There e No Country For Old Man), este filme desiludiu-me e bastante. Porque ironiza demasiado o sentido da vida, porque retrata uma comunidade judaica, com regras muito próprias e pouco convencionais, porque a religião comanda a vida e dá demasiado conforto às personagens e porque os actores não surpreendem. Não recomendo.

10. District 9
Ficção científica em formato documentário, com um final decepcionante, a prometer sequelas. Poucas coisas que valem a pena: a nave espacial e os aliens

De entre os filmes que vi recentemente, destaco 10 com menção bastante positiva:

Alice In Wonderland (do exuberante e excelente Tim Burton);

Dorian Gray (desconcertante, baseado na obra de Oscar Wilde);

White Ribbon - O Laço Branço (magnífico);

The Last Station (sobre Lev Tolstoi);

Un Prophet (filme francês, violento e realista);

Bright Star (o regresso de Jane Campion);

My Sister’s Keeper (retrato da vida de uma menina com leucemia);

Coco Before Chanel (biopic de Coco Chanel);

A Single Man (Colin Firth no seu melhor);

The Messenger (drama romântico).

terça-feira, 16 de março de 2010

Yo La Tengo (Casa da Música, 15 de Março)


Concerto memorável da banda do casal Kaplan e Hubley, numa sala Suggia com excelentes condições mas não completamente cheia. O destaque foi para temas do mais recente álbum Popular Songs, como Here To Fall, If It’s True, Periodically Double Or Triple (soberbo) e Nothing To Hide, mas os Yo La Tengo possuem um repertório tão vasto e diversificado, patente em 12 álbums de originais, gravados ao longo dos últimos 26 anos, que era inevitável ouvir algumas pérolas mais esquecidas. Desta forma, houve uma variação constante, entre temas mais enérgicos, alimentados pela guitarra nervosa de Kaplan, que dificilmente seguravam a assistência nas cadeiras e o recurso ao som mais acústico e à voz doce de Hubley. Momento zen da noite: último tema antes dos dois encores – Little Honda – com uma duração aproximada de 15 minutos, incluindo 8 minutos de pura distorção que levou à loucura alguns dos espectadores.
(Foto: iPhone - a 15 m do palco)

quarta-feira, 10 de março de 2010

A Professora Universitária

Uma professora universitária acabava de dar as últimas orientações aos alunos acerca do exame que ocorreria no dia seguinte. Finalizou alertando que não haveria desculpas para a falta de nenhum aluno, com excepção de um grave ferimento, doença ou a morte de algum parente próximo.

Um engraçadinho chamado Artur que estava sentado no fundo da sala, perguntou com aquele velho ar de cinismo: "- De entre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por actividade sexual?"

A classe explodiu em gargalhadas, com a professora a aguardar pacientemente que o silêncio fosse restabelecido. Assim que isso aconteceu, ela olhou para o palhaço e respondeu:

"- Isso não é um motivo justificado." - e continuou serenamente - "Como o exame será de escolha múltipla, você pode vir para a sala e escrever com a outra mão... ou se não se puder sentar, pode responder de pé. "

segunda-feira, 8 de março de 2010

Live Fast, Die Young

Na passado sábado, Mark Linkous, dos Sparklehorse, de 40 anos, cometeu suicídio e assim passou a fazer parte da lista de personalidades que tiveram mortes trágicas no mundo do rock, por suícidio ou overdose, que inclui, por exemplo, Kurt Cobain, Ian Curtis, Elliott Smith, Jim Morrison, Janis Joplin, Nick Drake, Michael Hutchence e Sid Vicious.

Para recordar os Sparklehorse, fica uma amostra do seu melhor álbum, It’s A Wonderful Life (2001), Comfort Me.

domingo, 7 de março de 2010

Bragança - Centro de Arte Contemporânea Graça Morais


O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais aka Cubo Branco foi inaugurado em 30 de Junho de 2008 e é um projecto do arquitecto Souto Moura. Este espaço cultural moderno é o primeiro do género no Nordeste Transmontano e a sua principal dinamizadora é a pintora da região Graça Morais. Vale a pena visitar…

(Foto: Sony Cyber-Shot DSC-P200)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Os Coristas


Ainda não me cansei de ver o filme Os Coristas (2004) de Christophe Barratier. Recentemente, apenas O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, no panorama do cinema francês actual, me despertou semelhante magia.

Trata-se de uma história bem estruturada, que conjuga a leveza da simplicidade com a pura essência do que é belo. Verdadeiro na essência das relações humanas, cativa-nos desde o seu inicio, quando o famoso maestro Pierre Morhange encontra-se em Nova Iorque para um concerto quando recebe a notícia da morte da sua mãe. De imediato regressa a França e encontra um antigo colega (Pépinot) do colégio interno (Fundo do Pântano), onde a mãe o colocara, incapaz de tomar conta dele. Pépinot entrega-lhe os diários de Clément Mathieu, o professor de música. Morhange recorda-se então do papel que esse homem, que entretanto esquecera, teve na sua vida.

Assim, a maior parte do filme passa-se em França, no pós-guerra (1949), e relata a experiência do tal professor, que foi contratado para substituir um colega que foi agredido por um aluno com uma tesoura. Inicialmente, a sua boa vontade parece impossível de concretizar devido à metodologia educacional do director Rachin, homem duro e cruel, cujo lema principal é “acção – reacção”. O sucesso só começa a aparecer quando familiariza as crianças com a magia do canto e assim consegue transformar as suas vidas (com excepção da vida de Mondain, claro).

Uma palavra final para a entrevista incluída no DVD ao personagem Boniface e para a banda sonora que é simplesmente apaixonante.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Jigsaw (FNAC, Braga, 07-02-2010)


Segunda visita à FNAC de Braga da banda de Coimbra A Jigsaw. Da primeira vez, promoviam o álbum de estreia Letters From The Boatman; agora o esperado segundo disco Like The Wolf. Country, Folk e Blues do melhor que se faz em Portugal, esta amostra revela que o disco deve ser verdadeiramente viciante. O principal destaque para esta curta apresentação foi o tema-título do trabalho e Red Pony. A seguir com atenção em 2010…