domingo, 30 de dezembro de 2012
As Minhas Melhores Leituras de 2012
1. David Foster Wallace - A Piada Infinita
2. Henning Mankell - Um Homem Inquieto
3. Paul Auster - O Livro das Ilusões
4. David Grossman - Até Ao Fim Da Terra
5. Roberto Bolaño - Os Detectives Selvagens
6. Valter Hugo Mãe - A Máquina de Fazer Espanhóis
7. Carlos Ruiz Zafón - O Prisioneiro do Céu
8. Julian Barnes - O Sentido do Fim
9. Haruki Murakami - 1Q84 – 1, 2, 3
10. Marcello Simoni - O Mercador de Livros Malditos
11. Ian McEwan - Mel
12. Camilla Lackberg - Teia de Cinzas
domingo, 16 de dezembro de 2012
Julian Barnes - O Sentido do Fim
Começo por confessar que achei a capa deste livro e toda a edição absolutamente deslumbrante. Julian Barnes, na sua escrita acessível e delicada mas prodigiosa e absorvente, começa por apresentar de forma sucinta a vida da personagem principal Anthony Webster, invocando recordações da sua juventude nos anos sessenta e as suas implicações nos amores e na amizade. Alex e Colin eram os seus melhores amigos na escola. Com a chegada preponderante de Adrian Finn, um rapaz tímido, mas mais sério e extremamente inteligente, o trio inseparável transforma-se num quarteto, que jura manter para sempre o laço que os une. Com ânsia de livros e de sexo, estes rapazes acreditavam que as suas vidas ainda estavam a começar, sem se aperceberem que o seu futuro já estava a ser determinado. Enfim, o excesso hormonal da primeira juventude.
No final do liceu, os quatro amigos seguem rumos diferentes na sua vida mas continuam a trocar correspondência, especialmente com Adrian. Tony começa a namorar com Veronica Ford (mulher misteriosa), por quem se apaixona, mas a relação não duraria muito tempo devido a alguma frustração sexual e aos obstáculos impostos pela família de Veronica. Posteriormente, recebe uma carta do amigo Adrian a solicitar autorização para sair com Veronica. Inicialmente, Tony decide fingir que não se importa mas acaba por enviar uma resposta que levou ao fim da sua amizade com Adrian e acaba por ter mais impacto do que ele poderia imaginar.
Passam quarenta anos. Tony tem um casamento falhado com Margaret (mulher transparente), uma filha com quem mantém um relacionamento distante apesar de a amar e prestes a dar-lhe um neto e claro, está na idade da reforma. Quando está a viver uma solidão tranquila, recebe uma carta relativa à herança deixada pela mãe de Veronica, Sarah, que acabara de falecer. Estranhamente, ela deixou-lhe como herança uma pequena quantia em dinheiro e o diário de Adrian (que tinha cometido suicídio na flor da idade). Esta missiva vai-lhe despertar o passado, os conflitos e sentimentos antigos, de modo que a sua perspectiva daquele passado é completamente alterada. Nesta altura, o narrador, imobilizado por uma memória que o consome, sabe que já viveu mais do que o que tem para viver e questiona se não terá deixado a vida passar calmamente por ele enquanto assistia, acomodado, aos seus dias todos iguais. E a história termina em beleza, com um final surpreendente e arrepiante, mesmo ao cair do pano...
“O Sentido do Fim” está recheado de questões filosóficas, de segredos dolorosos e é uma notável reflexão sobre a vida, o envelhecimento, a memória e o remorso. As decisões que tomamos e as suas implicações, relembrando-nos a nossa imperfeição e egoísmo. A necessidade de reviver o passado para compreender o presente. Brilhante!
Para aguçar a curiosidade deixo algumas frases e ideias interessantes que me fizeram reflectir e sorrir, nesta obra de 152 páginas, que li em pouco mais de 24 horas:
“A História é essa certeza que se produz no ponto em que as imperfeições da memória se cruzam com as insuficiências da documentação”;
“A História é a mentira dos vencedores… mas é também a ilusão dos vencidos”;
“O casamento é uma refeição longa e sem sabor com o pudim servido como entrada”;
“Parece-me que pode ser esta uma das diferenças entre a juventude e a idade: quando somos jovens, inventamos futuros diferentes para nós; quando somos velhos inventamos passados diferentes para os outros.”
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Playlist – Dezembro
1 – Bat For Lashes – Laura
2 – António Zambujo – Flagrante
3 – Alt-J – Breezeblocks
4 – Peter Broderick – A Tribute To Our Letter Writing Days
5 – Grimes – Oblivion
6 – Burns – Lies
7 – Yo La Tengo – Before We Run
8 – Savages – Husbands
9 – Palma Violets – Best Of Friends
10 - Jack White – Freedom At 21
domingo, 9 de dezembro de 2012
Francisco Moita Flores – O Bairro da Estrela Polar
Policial à portuguesa, com textos simples, por vezes cómicos, com nomes e linguagem típicos de uma classe social baixa (muito exagerados) e com alguns personagens bem elaborados, constitui um autêntico Manual dos Janados e do Gamanço.
O autor proporciona uma visão do mundo do crime dada por prevaricadores da pior espécie, liderados por uma adolescente (Diana), levando os leitores a colocarem-se do seu lado e não dos tradicionais bons da fita (os polícias). Inevitável a recordação de Teresa Mendoza, protagonista do romance de Arturo Pérez-Reverte, A Rainha do Sul.
De uma forma geral, a leitura é agradável mas por vezes o enredo chega a tornar-se enfadonho e sem grande suspense. Imperam os lugares-comuns e a previsibilidade. O desfecho da história desiludiu-me…
De lamentar a deteção de mais de uma dezena de gralhas e erros gramaticais. Exemplificando: na página 51, podemos ler “My Chermical Romance” e na página 251, “Ainda Bataman não acabara a frase…” referindo-se ao personagem Batman. Além disso, não consigo perceber como é que na sinopse do livro, que se encontra na contracapa, se faz referência a um personagem que não consta do livro, o “Paulo”, enquanto não elenca um dos principais, o Necas. Será que este é mais um daqueles livros que apenas conseguiu sair do prelo graças à celebridade do seu autor?
Na imagem seguinte pode ler-se um excerto contendo a experiência traumatizante do Bazófias na cadeia de Vale de Judeus.
Após a leitura do livro, aproveitei para visualizar a adaptação do livro ao grande ecrã. Algumas diferenças saltam à vista: a Diana (Maria João Bastos) tem um filho, matou o Dragão, envolve-se com o inspector Augusto (Paulo Pires), o que provoca a sua demissão e suicídio. Os golpes são diferentes, não se roubam 12 Mercedes, um cão chamado Caruso, uma mota avariada e obras de arte. Roubam uma igreja e cinco milhões de euros de um camião. O Batman, a Manuela e a própria Diana têm um destino diferente e surgem novos personagens: Alcabideche, Piaçaba, Lurdes e o seu marido paraquedista (Rui Unas).
Trata-se de um filme de qualidade mediana, com enfâse na ação, cenas rápidas com bastante ritmo, sem grandes diálogos, hip-hop q.b. e algumas personagens consistentes. Para o pequeno ecrã foi criada uma série com 14 episódios disponíveis na TVI Player.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Babies
Este filme-documentário apresenta quatro bebés do mundo, desde o nascimento até ao primeiro ano de vida. O início da vida das crianças é apresentado nos seus países e culturas de origem - Mongólia, Namíbia, Estados Unidos (São Francisco) e Japão (Tóquio).
Quase não possui falas e não tem uma história bem definida. Apenas a observação cronológica e a evolução e descoberta dos bebés no seu primeiro ano de vida, quando ainda estão todos na fase oral.
Desta forma, somos confrontados com um bebé japonês, todo High-Tech, transportado num carrinho da marca MacLaren, com um bebé norte-americano, que necessitou de passar pela neonatologia, com um bebé africano onde abundam moscas, sujidade e, claro está, muita pobreza e, finalmente, um bebé nascido na Mongólia, onde na ausência de uma babycock, o bebé é bem atado e transportado numa mota com mais três passageiros.
Ao longo dos 80 minutos do documentário assistimos a quatro formas diferentes dos bebés tomarem banho, passear, brincar ou comer. São momentos em que aparentemente nada acontece, mas que possuem a síntese e a beleza da vida.
Quem não se derrete com crianças, dificilmente terá paciência para chegar ao fim do filme. Quem fizer parte do grupo de pessoas que gosta de observar bebés, adorará assistir a este filme.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Hyatt Bass – Centelhas
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Curtinha...
Mulher - Estamos casados há mais de 20 anos e nem uma jóia me compraste.
Marido - Sabia lá que vendias dessas merdas...
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Li o livro, vi o filme
Recentemente li três livros que serviram de base à realização de outros tantos filmes. Na minha opinião resultaram em boas adaptações ao cinema. E desta vez optei por em primeiro lugar ler o livro e depois ver o filme. Já tenho feito o contrário. Ainda não tenho a certeza sobre qual a melhor metodologia a seguir. Continuo a pensar que depende…
Em relação a Painted Veil (O Véu Pintado), de Somerset Maugham, com os excelentes Edward Norton e Naomi Watts, detectei várias diferenças: no livro a acção passa-se em Hong Kong e no filme em Xangai; no filme há uma perseguição pelos nacionalistas chineses e existe uma relação mais próxima do casal, que tem um filho de 5 anos chamado Walter; a frase “foi o cão que morreu”, essencial no livro, desaparece no filme e, finalmente, na parte final do filme, o regresso a Charles Townsend é ignorado, ou seja, é eliminada a sensação de promiscuidade e arrependimento sentida no livro. Emocionante mesmo e a não perder é a parte final do filme com um excerto de “A La Claire Fontaine”, canção tradicional francesa.
Já a adaptação de Jane Eyre, de Charlotte Bronte, realizada por Cary Fukunaga e com Mia Wasikowska (belíssima), Michael Fassbender e Judi Dench mantém-se um pouco mais fiel à obra em que se baseia mas apresenta algumas diferenças: é Mrs. Fairfax quem revela onde se encontra Rochester após o incêndio, este não perde a mão no incêndio e não é reconhecida a relação familiar entre Jane Eyre e os 3 primos.
A terceira obra, Bel-Ami, de Guy de Maupassant, original de 1885, regressou ao cinema este ano e também conta com actores de peso: Robert “Twilight” Pattinson, Uma Thurman (que parece cada vez mais bela) e Kristin Scott Thomas. Aqui procurou-se seguir com rigor a obra original, apesar da troca do nome Walter por Rousset e do casal Walter ter uma e não duas filhas, e baseia-se na personagem de George Duroy, jovem sedutor e ambicioso que percorre os bares de Paris, na década de 1890, utilizando o seu charme para conquistar mulheres da alta sociedade e melhorar a sua situação social.
Em jeito de conclusão, adorei a leitura dos três clássicos, tal como a visualização dos filmes a que deram origem. Na minha opinião quem quer detalhes, deve procurar os livros pois é impossível os filmes oferecê-los em cerca de duas horas…
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Apesar de só estar previsto nascer em 24 de Agosto, não aguentei a ansiedade para conhecer os meus papás babados e cheguei no passado sábado às 23h03m, apenas com 34 semanas de gestação. Chamo-me Hugo Dinis e peso 2.030kg, por isso por enquanto ainda sou muito pequenino mas já os ouvi dizer que cada bebé é um milagre único e impossível de repetir.
Já recebi bué de presentes, como uma raquetinha de ténis e uma ficha de inscrição no FCP e o meu quartinho tá bué da fixe.
Na minha fotografia que vos envio já me estou a imaginar deitado numa praia das caraíbas a olhar para umas estrangeiras com 40 semanas…
Beijinhos
Hugo Dinis
segunda-feira, 23 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Playlist - Abril
1. The School – Never Thought I’d See The Day
2. Labrinth (Ft Emeli Sandé) – See Beneath Your Beautiful
3. Lana Del Rey – Video Games
4. Fun. (Ft Janelle Monáe) – We Are Young
5. The Antlers – I Don’t Want Love
6. Arctic Monkeys – The Hellcat Spangled Shalalala
7. Little Dragon – Ritual Union
8. Glasvegas – The World Is Yours
9. The Subways – It’s A Party
10. The Black Keys – Lonely Boy
11. Howler – I Told You Once
12. Austra – Lose It
13. Jonathan Wilson – Woe Is Me
14. Sharon Van Etten – All I Can
15. Mark Lanegan – Gray Goes Black
16. Fleet Foxes – Montezuma
17. Summer Camp – I Want You
18. Lower Dens – Brains
19. Gotye (Ft Kimbra) – Somebody That I Used To Know
20. Julia Stone – It’s All Okay
terça-feira, 10 de abril de 2012
Hello, Deb!!!
É inegável a melhoria da qualidade das séries de televisão nos últimos 10 anos, ao ponto dos grandes actores e actrizes colocarem de parte projectos no cinema para enveredarem por esta via, como por exemplo, Ashley Judd, Dustin Hoffman, Jessica Lange, Steve Buscemi, Ana Paquin, Christian Slater, Sean Bean, entre muitos outros. No entanto, apresentam dois pontos bastante negativos.
O primeiro está relacionado com a sua longevidade. Quando se verifica que uma série é um sucesso de audiências, há uma tendência para a prolongar, repetindo constantemente a sua fórmula até à exaustão, o que provoca a saturação do espectador. Neste caso, servem de exemplos, os diversos C.S.I., House, Heroes, Lost ou Glee.
Um segundo problema, este apenas para os espectadores mais impacientes, é a conclusão das temporadas, com reviravoltas ou revelações surpreendentes, mas mantendo o suspense e uma angustiosa expectativa sobre o que vai acontecer. Assim, o final da sexta temporada de Dexter, em que este é apanhado em flagrante pela irmã Debra a fazer aquilo que mais gosta, só vai ser desvendado lá para final do ano. Será que vai matar a irmã (adoptiva)? Será que ela vai associar-se a ele nas próximas temporadas? Ou será que vai simplesmente denunciá-lo? Outros casos são o final da segunda temporada de The Walking Dead, em que o grupo começa a dividir-se e a liderança de Rick a ser questionada ou a conclusão da também segunda temporada da estupenda Downton Abbey, em que o Mr. Bates foi preso por supostamente ter assassinado a sua ex-mulher.
Aproveito para referenciar mas quatro séries que tenho seguido e adorado: Mildred Pierce, que infelizmente é muito curta, mas mostra todo o potencial de Kate Winslet; Homeland e a história do sargento "herói/terrorista?" Brody; Spartacus – Vengeance, com um novo actor a substituir o malogrado Andy Whitfield – a série continua com sangue e sexo a rodos – e Smash, o musical do momento, baseado no projecto de um casal para criar um musical sobre a vida de Marilyn Monroe.
domingo, 8 de abril de 2012
O sexo do Google
Cheguei à conclusão de que o Google é gaja; nem espera que termine a frase e já está a dar palpites...
E já agora porque é que após escrever "why po...", o Google sugere a frase: "why portuguese are called pork chops"?
Alguém sabe em que parte do mundo é que os portugueses são chamados desta forma?
sábado, 7 de abril de 2012
Vassili Grossman – Vida e Destino
"Vida e Destino" é uma obra de enorme alcance enquanto testemunho histórico. Testemunha quer a violência nazi quer a inconcebível ditadura em que Estaline transformou o sistema comunista da União Soviética. Escrito em 1953, este livro só seria publicado mais tarde, após a abertura da U.R.S.S. à democracia. O motivo é óbvio: o livro desmascara de forma clara o despotismo de Estaline. A vitória do absurdo e do arbitrário sobre o romantismo do ideal comunista que o autor parece encarar como o paradigma ideal. Na verdade, Lenine é referido várias vezes como o exemplo a seguir, o ideal que foi deturpado e derrubado pelo estalinismo. E a simpatia do autor fixa-se claramente nos bolcheviques desiludidos como Mostovoskoi e Krimov.
Sturm é talvez a personagem central do romance: cientista judeu ao serviço do Estado Soviético, ele sofrerá de forma dramática o efeito tenebroso de duas das mais monstruosas tiranias do século XX – o nazismo e o estalinismo. Neste sentido, Sturm é um personagem algo autobiográfico: também Vassili Grossman, funcionário do Estado Soviético mas sempre crítico em relação ao sistema, sofreu a perseguição dos alemães aos judeus, que acabaram por assassinar a sua mãe. Mas a ação está longe de se resumir a Sturm. Numa aparência a fazer lembrar Tolstoi pela enorme quantidade de personagens (umas centenas) conta-se a história de parentes e amigos de Sturm, em diversos cenários, como a batalha de Estalinegrado em plena ação, um campo de concentração nazi, um campo de trabalho soviético, etc. Mas a comparação com Tolstoi termina aí. Termina onde começa: na quantidade inusitada de personagens. Em termos literários este livro está muito longe desse clássico russo. Em termos de estilo, Grossman aproxima-se mais da literatura realista da Rússia, nomeadamente de Maksim Gorki mas também dos contos de Tchekhov. E o valor maior da obra é mais histórico do que literário.O enredo decorre, todo ele, de 1941 a 1943, numa fase em que a guerra matava aos milhares e em que o povo russo sofria as terríveis consequências da ocupação alemã. No entanto, o que fica no espírito do leitor é a sensação de que a guerra pouco ou nada mudaria, que os grandes dramas estavam para lá da guerra. E o mais abominável é esta sensação de que todo o mal é praticado em nome do bem; o bem dos judeus, dos católicos, dos comunistas, dos nazis…e cada noção de “bem” é apenas um motivo para praticar o mal.
Em conclusão: estamos perante um livro muito importante como reflexão sobre a natureza do poder totalitário e como testemunho histórico de uma época de quase total insanidade. No entanto, não é uma obra prima em termos literários. Nem se pretendia que fosse.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Filmes Choradeira
1. Curious Case Of Benjamin Button (O Estranho Caso De Benjamin Button) – um filme fenomenal sobre um homem que nasce com 80 anos de idade e envelhece ao contrário. Quando no final morre nos braços da amada...
3. City Of Angels (Cidade Dos Anjos) – conta a história de um anjo que vagueia pela Terra a consolar aqueles que estão a um passo da morte (a cena final de bicicleta)…
4. Cinema Paraíso – para aqueles que adoram o cinema…
5. Eduard Scissorhands (Eduardo Mãos De Tesoura) – um filme bonito e sensível com uma lição a tirar para toda a Humanidade. Mais que o filme, importa a mensagem desta maravilhosa fábula.
6. Schindler’s List (A Lista De Schindler) - a história de como Oskar Schindler conseguiu salvar mais de mil judeus da morte durante a segunda guerra mundial. Quando se vê o casaco vermelho no monte (que significava que a menina tinha morrido)…
7. Million Dollar Baby (Sonhos Vencidos) – a coragem e alma de uma boxeur…
8.9. Notebook (Diário De Uma Paixão) e Message In A Bottle (As Palavras Que Nunca Te Direi) – histórias de amor que resistem à guerra e ao tempo. Ambos baseados em obras de Nicholas Sparks e por isso lamechas q.b., mas…
10. The Passion Of The Christ (A Paixão De Cristo) – de difícil visualização sem o desvio constante da cara para o lado do ecrã…
11. Stoning Of Soraia M. – tal como o anterior não acredito que consigam ver os últimos 30 minutos do filme sem fechar os olhos…
12. Blind Side (Um Sonho Possível) – até onde pode chegar a bondade humana….
13. Breaking The Waves (Ondas De Paixão) – um filme de paixão, intenso, arrebatador, não aconselhável aos mais sensíveis…
14. The Green Mile (À Espera De Um Milagre) – vivemos num mundo justo? Sobre a pena de morte.
15. Hachiko: A Dog’s Story (Sempre Ao Seu Lado) – baseado em factos reais, filme fascinante sobre lealdade (neste caso de um cão pelo seu dono).
16. The Boy In Stripped Pijamas (O Rapaz Do Pijama Às Riscas) - filme com um final arrepiante…
17. House Of Sand And Fog (Uma Casa Na Bruma) – mais um filme com uma conclusão estonteante…
18. I Am Sam (A Força Do Amor) – uma deficiência mental impossibilita um homem em ser pai? O amor é maior que tudo…
19. August Rush (O Som Do Coração) – história de um rapaz que cresce num orfanato e é dono de um dom musical impressionante. Aos 11 anos, ele passa a apresentar-se nas ruas de Nova York e usa os seus talentos para encontrar os seus pais, um casal de músicos que foram separados pelo acaso quando jovens. Acaba com um concerto em Nova Iorque, no Central Park…
20. Up! (Altamente!) – este é um filme de animação mas os primeiros 15 minutos…
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Molière - O Avarento
Esta comédia de 5 atos foi escrita há quase 350 anos, mas mantém-se bastante atual. A obra deste genial dramaturgo francês vale o interesse, quer seja pela composição dos personagens, quer pelo inusitado da história, que chega a aproximar-se de uma comédia romântica. A patética avareza de Harpagon (provavelmente personagem inspiradora do tio Patinhas de Walt Disney) funciona como um ingrediente divertido nesta sátira sobre a ambição humana que nos faz recordar a ganância do ser humano nestes anos de crise financeira global que vivemos. A única coisa que interessa é ter, possuir, acumular. Numa realidade assim, as relações afetivas transfiguram-se por completo. Convém relembrar que na época em que o texto foi escrito a usura era um pecado grave para a Igreja Católica que condenava a cobrança de juros. Assim, com Molière e com a sua galeria de personagens obsessivas, agarradas à loucura de possuir e dominar, angustiamo-nos e rimo-nos das permanências e das teimosias da História.
Esta obra inicia-se com a descrição do avarento, uma pessoa rabugenta, teimosa, imprestável e acima de tudo, muito forreta e com o coração preenchido pela avareza e mesquinhez, uma vez que até é capaz de colocar o dinheiro acima da felicidade dos filhos. Definitivamente uma das últimas pessoas que um caloteiro desejaria conhecer. Este personagem, Harpagon, desconfia da lealdade de todos e vive constantemente com medo de ser roubado, pois guarda todo o seu dinheiro em casa.
Harpagon tem dois filhos, Cleante e Elisa, para os quais pretende arranjar noivos com posses. No entanto, ambos vivem na miséria, consequência da avareza do pai. O seu filho Cleante está apaixonado pela bela Mariane mas revela-se demasiado ingénuo e sonhador. Por sua vez, o amor da vida de Elisa, Valério, é contratado pelo seu pai para mordomo da sua casa e por isso, Elisa tem consciência de que o pai nunca aprovaria a sua paixão.
Um episódio assaz divertido ocorre quando os irmãos revelam a sua paixão um ao outro e tentam convencer o pai a aceitar os factos, submetendo-se a ele e assim tentando garantir o seu suporte económico. Mas os planos do pai são outros: para Cleante “arranja” uma viúva rica, para Elisa um homem bastante mais velho e Mariana fica para ele mesmo. É patético como a ganância e o autoritarismo de um se sobrepõem à vontade de todos os outros, mas na realidade todos os personagens dão algum contributo imoral para a escalada do enredo até à situação de (quase) ruptura.
Com muito humor, entre encontros e desencontros amorosos, a peça aborda temas como a lealdade, a honestidade, a solidão, a avareza e a manipulação humana. Felizmente, no final, parece que todos os personagens estão em harmonia entre si, e o avarento também aprende a sua lição. Mas a crítica ao comportamento humano perdura.
terça-feira, 3 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Eu Vou Lá Estar!!!
Quinta-feira, dia 7 de Junho
•Atlas Sound; Bigott; Explosions In The Sky; StopEstra; Suede; The Drums; The Rapture; Yann Tiersen
Sexta-feira, dia 8 de Junho
•Beach House; Black Lips; Chairlift; Codeine; Esperit!; Linda Martini; M83; Neon Indian; Other Lives; Rafael Toral; Rufus Wainwright; Shellac; Tall Firs; Tennis; The Flaming Lips; The Walkmen; The War On Drugs; Thee Oh Sees; Ultramagnetic MC's; We Trust; Wilco; Wolves In The Throne Room; Yo La Tengo
Sábado, dia 9 de Junho
•Baxter Dury; Björk; Death Cab For Cutie; Death Grips; Demdike Stare; Dirty Three; Erol Alkan; Forest Swords; Gala Drop; I Break Horses; James Ferraro and the Bodyguard; John Talabot; Lee Ranaldo; Mujeres; Saint Etienne; Siskiyou; Sleepy Sun; Spiritualized; The Afghan Whigs; The Right Ons; The Weeknd; The xx; Veronica Falls; Washed Out; Wavves
Domingo, dia 10 de Junho
•Jeff Mangum (Neutral Milk Hotel); The Olivia Tremor Control
domingo, 25 de março de 2012
Sons da Primavera
1. Kurt Vile - Baby’s Arms
2. Jessica Lea Mayfield - Our Hearts Are Wrong
3. Tom Waits - Face To The Highway
4. Lykke Li - Sadness Is A Blessing
5. Nicolas Jaar - Space Is Only Noise If You Can See
6. Feist - A Commotion
7. Ghospoet - Liiines
8. SBTRKT - Wildfire
9. Beirut - Santa Fe
10. PJ Harvey - The Glorious Land
11. James Blake - Limit To Your Love
12. Jessie Ware - Wildest Moments
13. Anna Calvi - Blackout
14. Metronomy - She Wants
15. M83 - Midnight City
16. Kasabian - Days Are Forgotten
17. Florence & The Machine - Only If For The Night
18. The Horrors - Still Life
19. The Kills - The Last Goodbye
20. The Vaccines - Post Break-Up Sex
sábado, 24 de março de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Ler, Ver e Ouvir
As minhas leituras mais recentes passaram pela literatura lusófona de Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe. Em “Jerusalém”, Gonçalo M. Tavares, debruça-se sobre as angústias do viver, do sentir, do amar e do morrer, utilizando uma escrita simples mas dura e apelativa. O título deve-se a uma referência bíblica citada pela esquizofrénica Mylia (página 170): “Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que seque a minha mão direita”.
Por sua vez, Valter Hugo Mãe em “A Máquina de Fazer Espanhóis”, aborda a última fase da vida do ser humano e a sua decadência na velhice. António Silva, de 84 anos, acaba de perder a sua companheira dos últimos 48 anos, Laura, e foi enviado pelos filhos para um lar onde apenas a morte o parece aguardar. Inicialmente, a solidão parece um tormento insuportável e não parece existir qualquer futuro mas aos poucos vai descobrindo novamente a amizade. Curiosa a apresentação do Esteves Sem Metafísica da tabacaria de Álvaro de Campos do Fernando Pessoa. Enfim, este “tsunami” da literatura portuguesa propõe-nos sem dúvida uma crítica mordaz à sociedade em que vivemos.
No que respeita a cinema, os últimos filmes que mais me entusiasmaram foram: Melancholia, de Lars von Trier; Habemos Papam, de Nani Moretti; The Help (As Serviçais), de Tate Taylor e The Tree Of Life (A Árvore da Vida), de Terence Malick.
Sobre os sons deste outono, ainda não me cansei de ouvir os últimos álbuns de Florence & The Machine, The Vaccines, Kurt Vile e Snow Patrol. E acabei de revisitar a obra dos The Smiths, Tindersticks e Belle & Sebastian.